A arte de ser paiA arte de ser pai

A arte de ser pai

Para celebrar o Dia dos Pais, selecionamos filmes, séries e livros que contam as dores e as delícias da paternidade

26/07/2021 26/07/21

A relação entre pais e filhos vem sendo retratada na ficção desde sempre, e o público se emociona e se identifica com personagens do cinema, da televisão e da literatura. Para comemorar o Dia dos Pais, escolhemos 10 histórias que retratam as alegrias e os desafios do convívio familiar.

Pais inspiradores como Guido, de A vida é bela, Danny Tanner, de Três é demais, e Cristovão Tezza, da autobiografia O filho eterno, fazem parte desta lista com dicas que vão emocionar os leitores e quem saber virar o presente desse ano.


● FILMES ●


A vida é bela

(Roberto Benigni, 1997)

Este filme, que se tornou um clássico da sétima arte, mostra o que um pai pode fazer para proteger o filho. Diante dos horrores da Segunda Guerra Mundial, o judeu Guido usa toda a imaginação para fazer seu menino acreditar que estão participando de uma brincadeira. No campo de concentração nazista, o pai faz de tudo para que Giosué não atente para os terrores da violência que os cerca e tenha a falsa impressão de que está tudo bem. Com muita delicadeza, A vida é bela, vencedor do Oscar de Melhor Filme e Melhor Ator, entre outros prêmios, mostra a força de um pai para salvar o filho das dificuldades do período do conflito bélico, agindo com amor e coragem.

Disponível no Telecine.

Uma lição de amor

(Jessie Nelson, 2002)

Sam Dawson tem problemas mentais e cuida da filha Lucy, interpretada por Dakota Fanning, com a ajuda de amigos que também têm deficiências. Quando a menina completa sete anos e ultrapassa o pai intelectualmente, uma assistente social quer mandá-la para um orfanato para que seja criada por pessoas sem distúrbios. O protagonista, então, contrata uma advogada e entra em uma luta judicial pelo direito de continuar com a guarda de Lucy. Uma lição de amor chama a atenção para a relação pai e filha, mostrando todo o amor com que Sam e Lucy se tratam e a profunda conexão que há entre ambos. O filme traz, também, a discussão sobre o direito das pessoas com deficiência à autonomia.

Disponível no Globoplay.

À procura da felicidade

(Gabriele Muccino, 2007)

Will Smith interpreta Chris Gardner, pai solteiro que enfrenta problemas financeiros e precisa cuidar do filho de apenas cinco anos. Após tentativas frustradas, consegue um estágio não remunerado em uma corretora de ações e, se se sair bem, vai conquistar um emprego com um salário digno. Mas, enquanto a promoção não chega, o protagonista precisa se virar para dar uma vida digna a Christopher da maneira como pode, tendo que frequentar abrigos, dormir em estações de trem ou onde conseguem refúgio para passar a noite, na esperança de dias melhores. A relação pai e filho retratada no filme vai além da ficção, já que Will Smith contracena com seu próprio filho, Jaden Smith.

Disponível na Amazon Prime Video.

Capitão Fantástico

(Matt Ross, 2016)

Ben decidiu criar os seis filhos de uma maneira diferente: longe da civilização, no meio da floresta, fazendo atividades como caça, escalada e luta, além de estimular a leitura de livros clássicos e o pensamento crítico. Com isso, a ideia do protagonista é escapar do capitalismo e do modo de vida americano, além de tornar os filhos autossuficientes. O filme traz o debate sobre o modo de vida tradicional versus experimental. Mas quando um acontecimento triste faz a família voltar à vida em sociedade, trazendo uma série de conflitos, o pai vai precisar de força para provar a eficácia da educação alternativa que deu aos filhos durante vários anos e lutar para manter a guarda das crianças.

Disponível no YouTube.


● LIVROS ●


Patrimônio

(Philip Roth, 1991)

As memórias do romancista com seu pai são revisitadas nesse livro, que relata os últimos anos da vida de seu progenitor e o processo de deterioração de sua saúde. Com um estilo sem sentimentalismo e com toques de realidade crua, Philip Roth conta como foi acompanhar a luta do pai contra um câncer cerebral, intercalando, na narrativa, episódios felizes que ambos viveram e comparando o que seu progenitor foi um dia, um homem forte e saudável, com o que estava se tornando: alguém incapaz de controlar suas funções básicas. Com o tema da decadência física e da morte, Patrimônio lança luz sobre o verdadeiro legado que os pais deixam aos filhos: as vivências e os ensinamentos.

A estrada

(Cormac McCarthy, 2007)

A relação de pai e filho, nesse livro, tem como cenário um planeta totalmente devastado, em que tudo se tornou ruínas e os poucos sobreviventes tentam seguir em meio ao caos. Com uma escrita objetiva, o autor mostra a relação de um pai e um filho que levam a vida nesse ambiente decadente, sem ter praticamente nada, em uma jornada repleta de desafios, buscando a salvação. Só tendo um ao outro, ambos vivem episódios memoráveis que mostram a força de seus laços familiares na estrada da existência. A narrativa, que explora temas como o amadurecimento e a esperança, recebeu o prêmio Pulitzer na categoria Ficção.

O filho eterno

(Cristovão Tezza, 2007)

Nesse livro autobiográfico, vencedor do prêmio Jabuti na categoria Romance, o autor brasileiro Cristovão Tezza conta sua experiência ao cuidar do filho com síndrome de Down, expondo os desafios que teve de enfrentar em uma época em que a condição era pouco conhecida. O escritor narra sua própria dificuldade de aceitação da criança especial e conta como foi, aos poucos, se adaptando àquela realidade, até conseguir se alegrar com as pequenas conquistas de Felipe, como dar os primeiros passos e ir à escola, e como foi passando a enxergar o filho como alguém que precisa de amor e cuidado. Paralelamente, Tezza conta episódios importantes para sua formação como escritor.


● SÉRIES ●


Três é demais

(Jeff Franklin, 1987)

Nessa sitcom do fim da década de 1980 que se tornou um clássico, o pai vem em dose tripla. Ao perder a esposa, Pamela, em um acidente de carro, Danny precisa cuidar das três filhas – DJ, Stephanie e Michelle – e recorre à ajuda do seu melhor amigo de infância, Joey, e de seu cunhado roqueiro, Jesse. Os trios de pais e filhas da família Tanner vivem 192 episódios, divididos em oito temporadas, que conquistaram o público e levaram a série a ter uma das maiores audiências da época. Além disso, em 2016, foi criado pela Netflix um revival do antigo sucesso, intitulado Fuller House, contando a história de DJ cuidando de seus três filhos após perder o marido.

Transparent

(Joey Soloway, 2014)

Quando Mort reúne os três filhos – Ali, Sarah e Josh – para contar que é uma mulher transgênero, tem início essa série com esse tema super atual. Os personagens precisam, então, lidar com a realidade de que seu patriarca sempre foi, na verdade, uma mulher. O pai assume a identidade de Maura, e a trama apresenta esse processo de mudança física de gênero da protagonista, e a aceitação dos filhos, abordando também o tema das relações familiares. Com 40 episódios e quatro temporadas, Transparent conquistou o Globo de Ouro, um dos prêmios mais importantes da televisão americana. A produção foi cancelada em 2019, devido a uma polêmica envolvendo o ator principal.

Disponível na Amazon Prime Video.

This Is Us

(Dan Fogelman, 2016)

Milo Ventimiglia dá vida ao personagem Jack, pai dos gêmeos Kate e Kevin, e do filho adotivo Randall, com sua esposa Rebecca. A série utiliza duas linhas temporais: Jack e Rebecca tendo os bebês na década de 1980, aos 36 anos, e, no futuro, os filhos já adultos vivendo suas vidas, também aos 36 anos. Assim, são mostradas as relações familiares e o rumo que a vida dos três tomou: Kevin se tornou um ator de televisão cansado de papéis superficiais, Kate é uma mulher obesa que tenta emagrecer e Randall está procurando o pai biológico, que o abandonou quando ele era criança. Intercalando passado e presente, o criador da série vai tecendo as complexas relações dessa família.

Disponível na Amazon Prime Video.

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