Atletas revelados no Clube foram para os EUA dar continuidade ao esporte de alto rendimento em universidades norte-americanas
Conseguir conciliar o esporte com os estudos e seguir competindo em alto nível. Com esses objetivos definidos, jovens atletas e associados do Pinheiros trocaram o Brasil por universidades norte-americanas.
A conexão envolve esportistas de todas as modalidades, inclusive do Futebol, sonho de muitos C garotos brasileiros em chegar ao profissionalismo.
Graças ao talento de cada um, ganham bolsa de estudos, concluem os cursos escolhido e retornam ao País formados. Com isso, podem dar sequência esportiva, situação em que teriam muitas dificuldades se optassem em ficar no Brasil, onde o esporte não faz parte do currículo escolar.
A decisão parece fácil, mas não é. Envolve largar a vida rotineira no Brasil, familiares, o próprio Clube, amigos e, como a maioria é bem jovem, os sonhos do primeiro relacionamento amoroso. O estudo e experiência de vida acabam compensando o esforço, especialmente no que se refere ao ganho cultural e ao futuro profissional.
O presidente do Clube, Carlos Brazolin, que foi jogador de Basquete e se formou em engenharia tecnológica na West Texas A&M University, é um dos primeiros desses casos. Outro exemplo pioneiro foi do tenista Hugo Scott, talvez o primeiro associado do Clube a fazer esse intercâmbio. Mais recentemente, a esgrimista Gabi Vianna, a tenista Camilla Bossi e o futebolista Bruno Mestres também foram estudar no exterior e estão vivendo essa experiência.
Hoje, Carlos Brazolin aplica todo o conhecimento adquirido nos Estados Unidos na empresa que montou, a Brazolin Sports. “Percebi que não conseguiria seguir no Basquete e fazer uma universidade se ficasse no Brasil. Para mim foi uma experiência muito boa. Deixei tudo que tinha aqui, como família, amigos e o Basquete que jogava, e fui buscar vencer novos desafios. Faria tudo de novo porque, além de morar e estudar nos Estados Unidos, você acaba crescendo também como pessoa, especialmente diante das dificuldades que enfrenta”, acrescentou.
Hoje, inúmeros talentos trocam as quadras, ginásios e estádios do Clube para enfrentar uma cultura e hábitos diferentes, até no esporte. O resultado final é gratificante. A família De Luca tem um capítulo especial de sucesso, formando quatro, com 100% de bolsa. Futebol, Basquete, Esgrima, Tênis, Natação, Handebol… enfim, todas modalidades praticadas no Pinheiros de alguma forma têm um representante em uma universidade norte-americana.
A decisão de seguir para os Estados Unidos muitas vezes vem por motivos simples, como, por exemplo, não ter a oportunidade de estudar e seguir no esporte em faculdades no Brasil. Isso porque a rotina do esporte aqui é injusta para quem quer estudar e praticar a modalidade escolhida, diferente do padrão universitário norte-americano, em que o direito de estudar é igual ao de defender a instituição.
Outro fator importante é que muitos associados optam pelos estudos, deixando o esporte em segundo plano. Como nas universidades americanas o direito de estudar e praticar o esporte andam lado a lado, a opção é seguir a conexão e unir o útil ao agradável na terra do Tio Sam.

Presidente Carlos Brazolin (sexto da esquerda para a direita) com o time de Basquete na West Texas A&M University

Tênis
O pioneiro dessa história provavelmente foi o tenista Hugo Eduardo Passarelli Scott, hoje com 62 anos, que jogou e estudou engenharia na University of Southern California, depois de começar o curso universitário no Mackenzie, além de defender o Brasil nos Jogos Pan- -Americanos de Porto Rico (1978). “Foi uma experiência incrível jogar a NCAA, ajudando a universidade a ser vice-campeã em 1980 e semifinalista no ano seguinte.
Foi muito bom para o meu futuro, morar sozinho aos 19 anos, obtendo fluência no inglês, vivenciar a intensidade e o profissionalismo do Tênis”, disse Scott, que também é ex-diretor do Tênis do Clube. O Tênis é a modalidade de muitos atletas que vivem e jogam nos Estados Unidos. Camilla Bossi, já com pontos para a WTA, e muitos outros jovens associados buscam um lugar na sequência da carreira, além de estudar. Camilla estuda e defende a West Virginia University. “Tinha outros convites de universidades, mas optei pela West Virginia, porque joga uma conferência muito forte, a Big 12.
A adaptação às teammates e ao novo treinador foi muito difícil, especialmente nos seis primeiros meses. A experiência está sendo muito boa e tenho certeza de que estou evoluindo muito, passando ser a número 1 da WVU na temporada. Joguei contra as principais tenistas da NCAA. Além de conciliar o curso de engenharia civil, treinos e jogos, tenho em mente ser profissional depois de me formar”, completou Camilla.
O técnico da base do Azul e Preto, Eduardo Ache, tem uma lista dos talentosos tenistas associados que começaram nas quadras do Pinheiros e estão em universidades norte- -americanas. São eles: Marcelo Dip, Henrique Cunha, Lucas Lund, Linus Grael, Cristopher Grael, Rogério Ribeiro, Gilberto Azevedo, Bruno Alves, Thomas Takemoto, Rafael Ribas, Rodrigo Azevedo, Beatriz Bueno, Pedro França, Marcelo Mifano Pinto, Eurico Buoro, Sofia Leonardi e Leonardo Bermuth.

Camilla Bossi
Basquete
Outro atleta formado no Pinheiros e associado é Lucas Lima. Talentoso, preciso e rápido, conquistou muitos títulos no Clube e na seleção brasileira. Foi campeão brasileiro Sub-17 e cestinha, além de melhor jogador da posição em 2022. Nesta temporada 2023, foi campeão estadual da Flórida, cestinha do time da Montverde Academy (High School) e vice-campeão brasileiro pelo ECP. “Minha decisão de vir para os EUA foi exclusivamente visando ter uma evolução técnica e oportunidades na próxima etapa da minha carreira.
O Pinheiros me deu todas as oportunidades. É um Clube diferenciado na base. Consegui me desenvolver e tive uma boa formação, com condições de buscar novos desafios. Um deles foi escolher a Montverde Academy, uma escola muito conceituada, tanto no Basquete quanto pedagogicamente.
Em um ano aprendi muito, tanto tecnicamente como fisicamente”, acrescenta Lucas Lima. Outro detalhe importante pontuado por Lucas é que o jogo nos EUA “é mais corrido, muito físico, com jogadas simples, visando o jogo individual”.

Lucas Lima
Esgrima
Gabriela Vianna, de 19 anos, a Gabi da Esgrima, é uma das estrelas da modalidade do Azul e Preto e uma das mais jovens a seguir esse caminho. Já fez o primeiro ano de fotografia, com certificado em administração na Savannah College Of Arts and Design, em Atlanta, e está seguindo como atleta da Esgrima.
Ela explica que foi uma decisão difícil, mas que já começa a se adaptar a essa mudança radical. “Não é fácil. A experiência é muito legal, mas também desafiadora. São novas preocupações, como arrumar a casa e pagar as contas”, brinca. Depois completa: “O início foi muito difícil e não me sinto 100% adaptada, mas estou feliz por ter essa oportunidade”.
No lado do esporte, Gabi Vianna destaca também algumas dificuldades. “A equipe é pequena e ficamos todos juntos em uma casa, e as competições são maiores e mais fortes do que no Brasil. É uma situação desafiadora, mas também muito divertida.”

Gabriela Vianna
Futebol
A trajetória de Otávio De Luca não é diferente. Craque juvenil do Futebol no Clube, foi um dos primeiros da modalidade a seguir para a terra do Tio Sam. A experiência foi tão boa que no retorno, há 11 anos, montou uma agência, em sociedade com Fernando Leão, sobrinho do ex-goleiro Émerson Leão, para agenciar jovens que queiram fazer esse intercâmbio esportivo/ universitário.

Otávio de Luca
Felipe Acherboim, dos 9 aos 18 anos, foi um promissor zagueiro em todas as categorias da base do Azul e Preto, inclusive eleito melhor jogador da posição em várias ocasiões, até tomar a decisão, junto com o pai Fernando, de seguir a conexão Pinheiros e universidades americanas. Começou em Kansas (KCKCC) e agora vai para a Detroit Madonna University, prestes a completar o terceiro ano seguido nos EUA.
Outro associado revelado pelo Clube no Futebol foi Lorenzo Cardoso, lateral-direito que ganhou bolsa e cursa engenharia civil na Indiana Tech. “Minha vida era jogar no Pinheiros. Comecei no Futsal. Contei com a assistência da DL&L e fiz a transferência para os Estados Unidos. Minha vida mudou completamente.
Cresci como pessoa e a oportunidade abriu um mar de possibilidades para meu futuro acadêmico e profissional”, disse Lorenzo. “Mas no começo foi duro ficar longe do Clube, dos amigos e família”, completou.

Artur de Luca
Lucca Frisoni Saad é um exemplo do futuro dessa conexão entre o ECP e universidades norte-americanas. Talentoso volante dos campos do Clube, vem fazendo sua preparação no The Phelps School para uma grande escola, onde ganhará bolsa para estudar e jogar futebol. “Vou fazer minha transição até maio para começar em agosto do ano que vem”, disse Lucca, que jogou até o Sub-15 pelo Pinheiros.

Lucca Frisoni Saad
Dinastia da família De Luca
Três irmãos, Otávio, Marina e Carolina, e um primo, Artur. A família De Luca descobriu o universo esportivo e educacional nos Estados Unidos. Fizeram as malas e conquistaram seus objetivos. Quatro formados, com 100% de bolsa e cada um com uma história diferente na conexão esporte e educação. Otávio foi o primeiro.
Pintou como um promissor meia no Futebol. Até juvenil buscou um lugar no São Paulo e depois no Palmeiras, até tomar a decisão de seguir jogando e estudar nos EUA, onde atuou pela Virginia Comm University (VCU). Otávio abriu as portas para as duas irmãs, Carol e Marina, e para o primo Artur. “Sempre falo que meus pais não tiveram gastos com a educação dos filhos graças ao esporte. Fui jogar Futebol e minhas irmãs jogaram Tênis, e se formaram nos Estados Unidos. Não tive dificuldades na adaptação porque, dos 12 aos 17 anos, sempre estive fora.
Minha decisão de ir para uma universidade americana foi muito boa para meu crescimento e amadurecimento, para me desenvolver e aprender me virar sozinho”, confessa Otávio. Depois de formada em Organization & Corporate Communication, em 2013, Carolina ficou na terra do Tio Sam, onde fez mestrado na mesma universidade, e hoje trabalha como diretora de desenvolvimento na capital, Washington DC. “Só tenho coisas boas para falar da decisão de jogar Tênis e estudar nos EUA. Está sendo uma experiência genial, pois consegui estudar e jogar e agora trabalhar. Já estou há 14 anos nos Estados Unidos e muito feliz”, afirmou.
Marina, que chegou a jogar junto com a irmã Carol em El Paso, depois de formada em marketing internacional, voltou para o Brasil, onde começou a trabalhar na Bloomberg. Recebeu uma proposta para seguir na empresa em Londres, onde hoje vive com o marido, que conheceu na empresa, e a filha Maria Antônia, de 2 anos. Artur, o mais novo dos primos, retornou em 2022, formado e com o sonho de seguir jogando Futebol, agora como profissional. “Percebi que não é o caminho para mim. Vou para o mercado de trabalho”, confessou.
Ir para uma universidade norte-americana não foi uma decisão difícil para Artur. “Tomei a decisão quando completei 18 anos e tentava jogar profissionalmente. Meu primo Otávio serviu de inspiração. A experiência foi ótima. Não podia ser melhor. Eu me desenvolvi muito como atleta e como pessoa.
Tive que aprender coisas na marra, como o inglês. O convívio com pessoas de diversas nacionalidades e aprender suas culturas foi ótimo para o meu desenvolvimento. A pior situação foi ficar dois anos e meio sem ver meus pais durante a pandemia”, lembrou.

Carolina de Luca

Marina de Luca
Atletas que foram e voltaram formados
Nome | Modalidade | Universidade | Ano |
---|---|---|---|
Hugo Scott | Tênis | University S. California | 1981 |
Carlinhos Brazolin | Basquete | West Texas A&M University | 1992 |
Otávio De Luca | Futebol | Virginia Com University | 2007 |
Marina De Luca | Tênis | Univ. Texas El Paso | 2011 |
Felipe Imperatriz | Futebol | Wingate University | 2012 |
Guilherme Lima | Futebol | Wingate University | 2012 |
Fabio Azeredo | Futebol | Wingate university | 2013 |
Carolina De Luca | Tênis | Univ. Texas El Paso | 2013 |
Pedro Figueira | Futebol | Wingate University | 2014 |
Marco Bordon | Futebol | St. Johns University | 2014 |
Pedro Zacarelli | Futebol | California L. University | 2014 |
Lucas Befi | Futebol | Rio Grande University | 2015 |
Cecilia Zacarelli | Natação | San Diego State University | 2017 |
Thomaz Freitas | Futebol | Notre Dame University | 2017 |
Mauricio Marques | Esgrima | St. John University | 2018 |
João Pedro Ribas | Futebol | Notre Dame College | 2019 |
Caio Rezende | Tênis | Augustana College | 2021 |
Luiza Marongoni | Futebol | Barry University | 2021 |
Artur De Luca | Futebol | University Memphis | 2022 |
Pedro Campos | Futebol | Dartmouth College | 2022 |
Henrique Marques | Esgrima | Institute Technology NJ | 2022 |
Luana Pekerman | Esgrima | Long Island University | (1 ano) |
Atletas pinheirenses nos EUA
Nome | Modalidade | Universidade |
---|---|---|
Gabi Vianna | Esgrima | Savannah of Arts Design |
Felipe Acherboim | Futebol | Detroit Madonna University |
Lucas Lima | Basquete | Montverde Academy |
Lorenzo Cardoso | Futebol | Indiana Tech |
Bruno S. Mestres | Futebol | Seward College |
Isabella Carvalho | Esgrima | Cornell University |
Stella Frias | Esgrima | Institute of Technology NJ |
Maurício Pellegrino | Esgrima | St. John’s University |
Paulo Morais | Esgrima | University of Notre Dame |
Lorenzo Mion | Esgrima | Ohio State University |
Isabella Carvalho | Esgrima | Cornell University |
Camilla Bossi | Tênis | West Virginia University |
Rafael Y. Rodrigues | Tênis | Binghamton University |
Filippo Marangoni | Tênis | Radford University |
Ian Albuquerque | Futebol | Seton Hall University |
Marcelo Mifano | Tênis | University of Charleston |
Pedro França | Tênis | University Indianapolis |
Yasmin Lopes | Natação | Texas Christian University |
Lucca Frisoni Saad | Futebol | The Phelps School |
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