A força do pilates

A força do pilates

30/07/2025 30/07/25

O Espaço Viver Pilates, inaugurado esse ano, segue sendo ampliado para zerar em breve a fila de espera por uma vaga nas aulas da modalidade

O pilates está em fase de expansão no Pinheiros. Em abril, foi inaugurado o Espaço Viver Pilates, centro exclusivo para a prática. Quando estiver totalmente operacional, esse estúdio com 230 m2, localizado próximo à rampa da Pista de Atletismo, ao lado da lanchonete da Piscina Externa, terá capacidade para atender 1.800 alunos mensais.

Nesta primeira fase de funcionamento, o Espaço Viver conta com três kits completos de aparelhos para os praticantes se exercitarem: o Reformer, chamado informalmente de “cama”, o Cadillac, o Ladder Barrel e a Step Chair. Em julho, o estúdio recebeu mais três kits e, em setembro, receberá mais outros três, chegando assim a sua capacidade máxima de atendimento. 

“Quando atingirmos esse total, ou seja, quando Espaço Viver operar plenamente, deveremos zerar a fila de espera para a modalidade”, calcula Gregory Garcia, coordenador desportivo de Relações Esportivas. As aulas de pilates começaram a ser oferecidas em dezembro de 2022, em um espaço exclusivo no Centro Esportivo. Mas essas 400 vagas iniciais logo se mostraram insuficientes devido à grande procura.

No Pinheiros, a modalidade repetiu a popularidade que alcançou nas duas últimas décadas. De prática de iniciados, o pilates foi se tornando popular e ganhando adeptos rapidamente. Esse crescente interesse, de acordo com o instrutor Alexandre Ohl, que coordena o time de professores do Ohl Ginásio, empresa responsável pelas aulas no Clube, tem dois motivos principais: o fato de a modalidade ser adaptável a um perfil amplo de alunos — jovens, gente condicionada, atletas, sedentários e idosos — e seu poder de reabilitação física.

“O pilates pode ser suave para quem está voltando a se exercitar ou para quem está em fase de recuperação de uma lesão, por exemplo. E pode ser intenso para um atleta, que utiliza a prática como complemento da sua atividade esportiva fim”, explica Ohl.

Tal polivalência está na origem do método desenvolvido pelo alemão Joseph Pilates, nas três primeiras décadas do século passado. A modalidade mistura técnicas de respiração, ioga, artes marciais e movimentos diversos que trabalham as cadeias musculares, principalmente as responsáveis pela postura corporal.

Recolhido a uma colônia de prisioneiros na Ilha de Man, no Reino Unido, durante a Primeira Guerra, Joseph Pilates desenvolveu os primeiros equipamentos de reabilitação para feridos em combate improvisando, entre outros materiais, molas que extraía de colchões, princípio que é utilizado até hoje nos aparelhos que equipam os estúdios de pilates. A força que o praticante faz quando realiza os exercícios no Reformer ou no Cadillac, por exemplo, varia conforme a resistência e o número de molas empregadas.

As aulas, com duração de 50 minutos, são ministradas por 38 professores do Ginásio Ohl, que se revezam entre as turmas. Cada professor cuida de um grupo de no máximo três alunos e conta ainda com o apoio de um auxiliar técnico, geralmente um estudante de Fisioterapia ou Educação Física.

Além dessa supervisão quase individualizada, as aulas de pilates são marcadas por outra característica bem particular: as meticulosas instruções dos professores para os alunos durante a realização dos exercícios. As descrições são pormenorizadas para que os movimentos sejam executados com a maior precisão possível e sejam sempre sincronizados com uma respiração ativa.

O pilates trabalha músculos profundos que não costumamos exercitar. O método tem como ponto central o que Joseph Pilates chamava de “power house”, agrupamento muscular que inclui, mas vai além dos músculos abdominais. O power house é que fornece estabilidade ao tronco. “Fortalecendo esse conjunto de músculos por meio de movimentos nos aparelhos e da respiração ativa, o praticante vai ganhando capacidade para se mover do jeito que quiser. O pilates é um método de reorganização corporal”, explica Alexandre Calil, também coordenador do Ginásio Ohl.

A ideia de colocar o corpo no esquadro e adquirir força e flexibilidade é o que move boa parte dos alunos que buscam a prática. No Pinheiros, 68% deles se concentram na faixa que vai dos 40 aos 70 anos. Patrícia Martins Conceição não se situa nesse grupo majoritário do Pinheiros, mas iniciou as aulas em maio disposta a espantar o sedentarismo e adquirir mais tônus muscular e alongamento. “Trabalho sentada, na frente do computador, durante boa parte do dia. Tenho dores na cervical, o pescoço e as escápulas muito travados. O pilates tem ajudado a soltar essa musculatura”, explica. Ela estava na fila de espera e conseguiu a vaga com a inauguração do Espaço Viver.

O empresário Felipe Gentil recorreu ao pilates para continuar jogando o que gosta: Futebol e Tênis. “Com o tempo, as lesões começaram a aparecer e a cobrar a conta. Tenho os ombros e o quadril desgastados, sofro com pubalgia. A intenção é fortalecer e reequilibrar o corpo com o pilates para continuar batendo a minha bolinha”, explica.

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