Agora é que são elasAgora é que são elas

Agora é que são elas

Conheça dez produções escritas, dirigidas e interpretadas por mulheres

26/02/2021 26/02/21

Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Revista EC Pinheiros selecionou séries e filmes que contam com o talento e o olhar de mulheres, desde a elaboração do roteiro até a atuação. Os temas escolhidos também abordam questões atuais, como o feminismo, a equidade de gênero e a desconstrução de estereótipos.

SÉRIES

A vida e a história de Madam C. J. Walker

Direção DeMane Davis e Kasi Lemmons
Roteiro Nicole Jefferson Asher
com Octavia Spencer, Tiffany Haddish e Carmen Ejogo
Adaptação do livro On her ground, de A’lelia Bundles

Baseada em fatos reais, essa série conta a trajetória de vida e de empreendedorismo de Sarah Breedlove, a primeira mulher negra dos Estados Unidos a se tornar milionária, no início dos anos 1900. Quando a protagonista cria um império de produtos e serviços para cabelos, passa a ganhar visibilidade e dinheiro. Com atuação da premiada atriz Octavia Spencer e direção de Nicole Asher, a trama vai além do relato do sucesso da protagonista, levantando, também, temas como o feminismo negro e o antirracismo. Isso se estende à escolha do elenco, formado majoritariamente por atrizes negras, e à trilha sonora, que conta com cantoras afrodescendentes.

Disponível na Netflix.

Fleabag

Direção Phoebe Waller-Bridge
Roteiro Phoebe Waller-Bridge
com Phoebe Waller-Bridge, Olivia Colman e Sian Clifford

Ao assistir a essa série, não ache estranho se parecer que a protagonista está conversando com você, porque ela está. Com o recurso da quebra da quarta parede, o público tem a impressão de que Fleabag está interagindo e torna-se seu cúmplice. Criada, escrita e estrelada por Phoebe Waller-Bridge, a produção, com duas temporadas e 12 episódios, acompanha uma mulher de 33 anos que enfrenta dificuldades em seus relacionamentos amorosos e familiares. São abordados temas como sexualidade, luto, feminismo e depressão com o cuidado necessário e sem perder o humor.

Disponível na Amazon Prime Video.

I May Destroy You

Direção Michaela Coel
Roteiro Michaela Coel
Produção Michaela Coel
com Michaela Coel e Weruche Opia

A história de Arabella Essiedu, escritora e influenciadora de redes sociais que tenta reconstruir a vida após um estupro, foi escrita, protagonizada, dirigida e produzida por Michaela Coel. E mais que isso: a série é autobiográfica. Nos 12 episódios, a criadora narra a violência que ela própria sofreu, assim como seus reflexos no dia a dia e o processo de cura. Ao transformar o abuso em autoficção, Michaela consegue encontrar um caminho para superar o trauma, ao mesmo tempo em que lança luz sobre temas que precisam ser debatidos na atualidade, como o machismo e a violência contra a mulher.

Disponível na HBO.

Pequenos incêndios por toda parte

Direção Lynn Shelton e Nzingha Stewart
Roteiro Celeste Ng, Liz Tigelaar e Rosa Handelman
Produção Reese Witherspoon, Kerry Washington e Celeste Ng
com Reese Witherspoon e Kerry Washington
Adaptação do livro Pequenos incêndios por toda parte (Intrínseca), de Celeste Ng

Essa série foi produzida e protagonizada por duas mulheres: Reese Witherspoon e Kerry Washington. Juntas, elas contam as histórias da cidade de Shaker Heights, lugar que beira a perfeição, durante a década de 1990. Elena Richardson (interpretada por Reese) é uma mulher controladora, perfeccionista e rica. Mia Warren (vivida por Kerry) é livre e orgulhosa, tem um passado misterioso e vive fazendo bicos para sustentar a filha. Como já dá para imaginar, o encontro das duas vai suscitar debates sobre classe social, privilégio, maternidade e racismo que vão abalar a tranquilidade da cidadezinha-modelo.

Disponível na Amazon Prime Video.

Valéria

Direção Inma Torrente Nely Reguera
Roteiro María López Castaño
com Diana Gómez, Paula Malia, Silma López e Teresa Riott
Adaptação da saga literária de Elísabet Benavent

A começar pelo nome feminino, essa série conta com o trabalho criativo de diversas mulheres, desde o roteiro até a atuação. Antes de mais nada, é baseada nas novelas da autora espanhola Elísabet Benavent. Ao sair das páginas da literatura, a produção chegou às telas do streaming pelas mãos de duas diretoras, Inma Torrente e Nely Reguera. Já o enredo ganhou vida na atuação de quatro atrizes: Diana Gómez, Paula Malia, Silma López e Teresa Riott. O tema da história é a independência feminina e a amizade entre as mulheres: a personagem Valéria, escritora, vendo seu casamento em crise, decide reforçar seus laços com as parceiras Carmen, Lola e Nerea.

Disponível na Netflix.

FILMES

Adoráveis mulheres 

2020

Direção Greta Gerwig
Roteiro Greta Gerwig
com Saoirse Roman, Eliza Scanlen, Emma Watson e Florence Pugh
Adaptação do livro Mulherzinhas, de Louisa May Alcott

Escrita e dirigida por Greta Gerwig, essa adaptação do livro clássico Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, conta com um elenco em que as mulheres brilham. Na trama, as irmãs March – Jo, vivida por Saoirse Roman, Beth, interpretada por Eliza Scanlen, Meg, papel de Emma Watson, e Amy, de Florence Pugh – amadurecem, na virada da adolescência para a vida adulta, enquanto os Estados Unidos atravessam a Guerra Civil. Com personalidades completamente diferentes, elas se unem para enfrentar os desafios da época, como a sociedade patriarcal, as dificuldades no casamento e a frustração profissional. O filme é como um manifesto feminista dos anos 1800.

Disponível na Youtube para alugar ou comprar.

As virgens suicidas

1999

Direção Sofia Coppola
Roteiro Sofia Coppola
com Kirsten Dunst, Hanna Hall, Chelse Swain e Leslie Hayman
Adaptação do livro As virgens suicidas, de Jeffrey Eugenides

Quando Sofia Coppola decide adaptar o romance de Jeffrey Eugenides para o cinema, as irmãs Lisbon ganham vida na interpretação de jovens atrizes de sucesso, como Kirsten Dunst e Hanna R. Hall. Em um bairro de classe média de Michigan, na década de 1970, a família aparentemente saudável e próspera leva sua vida. Uma atmosfera de mistério, porém, gira em torno das garotas, que são criadas em volta do conservadorismo, da superproteção e da religiosidade dos pais. Quando Cecilia, de 13 anos, comete suicídio, tem início essa história marcante, que sai das páginas do livro e fica ainda mais real atráves dos olhos da diretora, nesse cult melancólico dos anos 1990.

Disponível na Telecine.

Como nossos pais

2017

Direção Laís Bodanzky
Roteiro Laís Bodanzky
com Maria Ribeiro e Clarisse Abujamra

O filme conta a inspiradora trajetória de Rosa, interpretada por Maria Ribeiro, rumo à sua transformação e autoconsciência. Aos 38 anos, a protagonista vê sua vida marcada por conflitos pessoais e geracionais e precisa cuidar de várias áreas da vida ao mesmo tempo: ser mãe de duas filhas pré-adolescentes, manter sua carreira e ter um bom relacionamento com o marido. A relação com sua mãe, vivida por Clarisse Abujamra, também é destaque na produção. A diretora cria uma heroína marcante e real, e discute o tema da pressão por ser perfeita e ter tudo sob controle, com o qual muitas mulheres se identificam.

Disponível na  Netflix e no Telecine.

Que horas ela volta?

2015

Direção Anna Muylaert
Roteiro Anna Muylaert
com Regina Casé e Camila Márdila

Regina Casé interpreta Val, uma pernambucana que se mudou para São Paulo para trabalhar como babá e dar uma vida melhor para a filha, Jéssica. Escrito e dirigido por Anna Muylaert, o filme fala sobre a relação patroa-empregada, evidenciando a desigualdade social no Brasil. Quando a filha de Val vai morar com a mãe para se concentrar nos estudos para o vestibular, ela descumpre diversas regras não ditas que foram seguidas pela babá durante seus treze anos de trabalho na casa. Jéssica se instala no quarto de hóspedes, usa a piscina e se serve do sorvete do Fabinho (filho dos patrões), questionando assim toda uma estrutura de poder e classe social.

Um dia com Jerusa

2014

Direção Viviane Ferreira
Roteiro Viviane Ferreira
Produção Viviane Ferreira
com Débora Marçal e Léa Garcia

Exibido na 43ª Mostra Internacional de Cinema, esse filme conta com direção, elenco e produção de mulheres. Na história, a sensitiva Silvia, pesquisadora de mercado, enfrenta o desemprego enquanto aguarda o resultado de um concurso público. Já a graciosa Jerusa, uma senhora de 77 anos, é testemunha do que acontece no Bixiga, bairro repleto de memórias. No dia do aniversário da septuagenária, acontece o encontro dessas duas personagens, fazendo-as transitar por tempos e realidades comuns às suas ancestralidades. Viviane Ferreira é responsável pela direção e roteiro, Lea Garcia e Debora Marçal, pela atuação e Issis Valenzuaela, pela produção.

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