Conquista histórica

Conquista histórica

21/08/2024 21/08/24

Os atletas pinheirenses trouxeram oito medalhas de Paris (1 ouro, 1 prata e 6 bronzes), contando com quatro por equipe mista no Judô, mais o bronze do Piu, no Atletismo. Se o Pinheiros fosse um País, ficaria em 520 entre as 80 nações medalhistas, na França, na frente da Argentina, Chile, Turquia, Portugal e Lituânia, países tradicionais no esporte. E nossos heróis têm nome: Bia, Willian, Larissa, Baby e Piu

A corrida por medalhas começou com as mulheres Larissa Pimenta e Beatriz Souza. Justamente no ano em que o Esporte Clube Pinheiros completa 125 anos de fundação, duas judocas dão de presente de aniversário ao maior clube olímpico do mundo suas primeiras medalhas vindas de atletas mulheres.

A primeira, de bronze, com Larissa Pimenta. Depois, o ouro espetacular de Beatriz Souza, a Bia. E as duas ainda ganharam o bronze por equipe mista. E justamente nos Jogos Olímpicos em que o Comitê Olímpico Internacional (COI) exigiu igualdade de número entre homens e mulheres entre todos os países participantes.

A participação do Pinheiros em Paris foi espetacular em todos os sentidos, batendo todas as participações de atletas do Clube em Olimpíadas, desde a medalha de bronze de Manoel dos Santos, em 1960, em Roma. Batemos a marca de Tóquio, em 2021, com sete medalhas, contando com os quatro judocas da equipe mista: Baby, Bia, Wil e Lari. E, para encerrar, a oitava medalha com o velocista Alison dos Santos, o Piu, conquistando o bronze nos 400m com barreiras.

A prata de Willian Lima teve um sabor de ouro. O nosso judoca lutou com garra e determinação. Queria ter a honra de colocar um ouro no pescoço do filho Dom. Não foi uma derrota, mas sim a conquista de uma prata que vale ouro.

“Sou medalha de ouro olímpica. Eu consegui”, gritou Bia, logo após a vitória na final. “Essa medalha é de todos do Brasil e do Pinheiros. Foi o maior momento da minha vida de atleta. Valeu todos os sacrifícios, horas de fisioterapia, viagens, treinos de morrer de cansaço. Tudo valeu a pena pela conquista”, completou um dos maiores orgulhos olímpicos no momento.

Nosso medalha de prata, Willian Lima, de Mogi das Cruzes para o mundo, com certeza vai demorar muito para esquecer todas emoções vividas. “Sim, já tive momentos de incertezas, mas sempre com determinação, pensava em um momento como o que aconteceu em Paris. Nunca mais vou esquecer de quando coloquei a medalha no pescoço do meu filho, o Dom”. 

No dia da prova final, Piu se desligou de tudo. Não quis ouvir e nem ler nada. E mostrou porque é um dos melhores do mundo. 

“Aqui, a gente quer performar, correr rápido, dar o nosso melhor resultado. Se não conseguir, beleza. A gente já fez muito mais do que muitas pessoas. Quando você critica um atleta, alguém que não conseguiu a melhor performance, que não passou para uma final, não fez um recorde mundial, não quebrou o recorde sul-americano… O que você faz? Você está entre os melhores do mundo na sua profissão? Se não, então nem comece a falar nada. Fica quietinho no seu canto, que é melhor. Vamos ter senso de autocrítica”, comentou Alison.

NOSSO JUDÔ BATE RECORDE COM SETE MEDALHAS

Beatriz Souza é campeã olímpica

BEATRIZ SOUZA – OURO
1 – Izayana Marenco (Argentina) – aplicou Ippon
2 – Hayun Kim (Coreia) – Waza-Ari no Golden Score
3 – Semifinal – Romane Dicko (França) – Ippon – GS
4 – Final – Raz Hershko (Israel) – Waza-Ari

Crédito: Alexandre Loureiro/COB

WILLIAN LIMA – PRATA
1 – Sador Nurillaev (Uzb) – Golden Score
2 – Serdar Rahimov (Tucs) 
3 – Quartas de final – Baskhuu Yindonperenlei
4 – Semifinal – Gusman Kyrgysbavev (Kzq) – Ippon
5 – Final – Hifumi Abe (Jp) – perdeu por Waza-Ari

Crédito: Wander Roberto/COB

LARISSA PIMENTA – BRONZE
Djamila Silva – Cabo Verde
Chelsie Giles – Grã-Bretanha
Amandine Buchard – França – derrota
Repescagem – Venceu Mascha Ballhaus – Alemanha
Decisão do bronze – venceu Odette Giufrida – Itália

Crédito: Wander Roberto/COB

ALISON DOS SANTOS – BRONZE
Rai Benjamin (EUA) – 46s46 
Karsten Warholm (Noruega) – 47s06 
Alison dos Santos (Brasil) – 47s26

Crédito: Wander Roberto/COB

RAFAEL “BABY” SILVA

Ajudou a equipe mista a conquistar o bronze, após vitória espetacular sobre Aleksandar Kukolj (categoria +90 kg). No  individual, nosso gigante caiu na primeira luta. Valeu, Baby!
Derrota para Ushangi Kokauri (Azb)
Vitória com Aleksandar Kikolj (Kz)

Crédito: Luiza Moraes/COB

SALTOS ORNAMENTAIS

INGRID SENTE A FALTA DE ISAAC E  FICA EM 13º, FORA DA SEMIFINAL

Desde que conseguiram a classificação para Paris 2024, no Mundial do ano passado, Ingrid e Isaac passaram a maior parte do tempo juntos, treinando. No Brasil, em campings pelos principais centros de Saltos Ornamentais pelo mundo. Dois dias antes do embarque para a capital francesa, Isaac sofreu uma lesão e não viajou com a companheira de modalidade. “Perdi meu parceiro, meu companheiro de treino, meu confidente dos momentos de incertezas. Foi muito ruim competir sem ele”, disse Ingrid logo depois da prova da plataforma de 10m.

Ingrid Oliveira competiu na Olimpíada de Paris   
Crédito: Gaspar Nóbrega/COB

TRIATLO

DJENYFER E HIDALGO COLOCAM O TRIATLO ENTRE OS MELHORES DO MUNDO

O jovem triatleta Miguel Hidalgo foi uma sensação na equipe brasileira. No individual, chegou a ficar em quinto lugar durante a metade da prova, mas não conseguiu o desempenho desejado para subir ao pódio. Terminou em 100 lugar. Aos 24 anos, com no mínimo mais duas Olimpíadas pela frente, o atleta pinheirense superou o 110 lugar de Sandra Soldan em Sydney 2000.

Na prova por equipe mista, Hidalgo fez o seu melhor e ajudou o Brasil a ficar na oitava colocação. Miguel, apesar do resultado no individual, ficou frustrado. Fez tudo para ser pódio.

“Óbvio que fiz o resultado histórico do Brasil, não tinha nem nascido quando a Sandra Soldan ficou em 110. Sei que nunca peguei um pódio em Mundial, mas fiz uma preparação para tentar ganhar a prova”, completou.

Djenyfer Arnold, por sua vez, falou sobre as diferenças das provas individuais e mistas. ”É um formato de prova diferente do que estamos acostumados, que leva apenas 20 minutos, e nosso trajeto individual duas horas. Então é totalmente diferente, porque aqui é muito mais forte do que qualquer outra coisa e pelo resultado conseguimos fazer uma boa recuperação pelo time Brasil e conseguimos mostrar o nosso melhor”, destacou Djenyfer.

Miguel Hidalgo ficou entre os 10 melhores nos Jogos  
Crédito: Luiza Moraes/COB  

Djenyfer também defendeu o Brasil na modalidade  
Crédito: Miriam Jeske/COB   

VÔLEI DE PRAIA

CAROL E BÁRBARA POR POUCO

Uma campanha irreparável na fase de grupos. Três jogos e três vitórias espetaculares, levando o público na quadra ao lado da Torre Eiffel a acreditar que era possível uma semifinal contra Duda/Ana Patrícia.

No entanto, nas oitavas de final, Carol e Babi enfrentaram as australianas Clancy e Mariafe, então vice-campeãs olímpicas em Tóquio, sendo superadas por 2 a 0.

A dupla do Pinheiros fez um heroico primeiro set, quando perderam por apenas dois pontos: 22/20, mas não conseguiram sustentar o jogo no segundo set: 21/13

“Curti cada momento em Paris. Conseguimos fazer uma fase de grupos, mas não deu. Levo só alegrias desses momentos que tivemos na Olimpíada, porque foi uma meta que tive desde quando comecei a jogar Vôlei”, analisou Carol.

GRUPO E – 3 VITÓRIAS
Carol/Babi 2×0 Miki Ishii/Akiko Hasagawa (Japão)
Carol/Babi 2×0 Paulikene/Raultte (LTU)
Carol/Babi 2×1 Stam/Schoon (HOL)
Oitavas de final
Carol/Babi 0x2 Clancy/Mariafe

A dupla Bárbara e Carol chegou longe em Paris 2024  
Crédito: Miriam Jeske/COB

ATLETISMO

O atleta pinheirense Matheus Lima ficou em 6º lugar na Olimpíada     Crédito: Wander Roberto/COB

MATHEUS LIMA

Além da campanha brilhante de Alison dos Santos, o Piu, medalha de bronze, o jovem Matheus Lima também fez bonito em Paris. O atleta do Pinheiros foi semifinalista na prova dos 400m com barreiras, terminando em 60 lugar na sua bateria. Deixou a capital francesa com aquele gosto de querer mais nas competições futuras.

“Sei que posso melhorar. Falei com meu treinador (Sanderlei Parrela). Posso correr sempre abaixo dos 47s. Na semifinal não saiu como eu planejei, como eu esperava fazer. Dei meu melhor e não foi suficiente, mas saí de cabeça erguida sabendo que posso melhorar e voltar mais forte em qualquer competição em que eu estiver”, disse o pernambucano de 21 anos.

Ana Azevedo e Lorraine Martins – Na repescagem, Ana Azevedo foi a primeira a entrar na pista e fez a prova em 23.44, ficando na sexta colocação em sua bateria. Lorraine Martins, que também ficou em sexto, fez 23.82. Na classificação final, Ana ocupou a 17ª colocação, enquanto Lorraine foi a 24ª.

Eliane Martins – Eliane fez a marca de 6.36 em sua primeira tentativa e não conseguiu a classificação para a final. No geral, ficou em 230 lugar.

Érica Sena – marcha atlética: a atleta terminou a prova em 130, com o tempo de 1:29:32, com distância de +3:38 em relação à chinesa Jiayu Yang, campeã da prova. Érica foi a melhor brasileira na disputa e, aos 39 anos, anunciou a despedida olímpica.

Lucas Marcelino – salto em distância – Queimou as três tentativas e foi eliminado.

Gabriele dos Santos – salto triplo – Com a marca de 13.63, Gabriele ficou na 13ª colocação na bateria e não alcançou a classificação para a semifinal.

Jadson Lima – 4x400m

Tatiane Raquel da Silva – Fez seu melhor tempo da temporada nos 3.000 metros com obstáculos

Lucas Carvalho – 400m rasos também foi na repescagem, Lucas fez o tempo de 46.25, e ficou na 17ª colocação, sem avançar à semifinal. 

Vitória Rosa – 100m rasos

Gabriel Garcia – O atleta do Pinheiros abriu a prova, com o tempo de 10.54, e passou o bastão na quarta colocação. O Brasil, entretanto, não avançou de fase, ao terminar a bateria no sexto lugar e em 140 na classificação  final.

Chayenne Silva – 400m com barreiras: Na repescagem, fez o tempo de 56.56 (sétimo na bateria), ficou em 170 na colocação geral e não avançou à semifinal.

Andressa e Welington Morais – Andressa fez a marca de 59.43 e ficou na 11ª colocação em sua bateria e na 26ª na classificação final. Com o resultado, a atleta não se qualificou para a semifinal. Já no lançamento de peso, Wellington queimou as três tentativas e não alcançou a qualificação.

ESGRIMA

Nathalie Moellhausen – Na sua primeira participação, sentiu fortes dores, abandonou o jogo e teve que ser submetida a uma cirurgia no cóccix, dias depois, em Paris. Nathalie, inclusive, recebeu a visita do presidente da Diretoria, Carlinhos Brazolin, dias após a bem-sucedida cirurgia. Em breve a campeã mundial da espada estará novamente em ação.

A esgrimista Nathalie Moellhausen participou dos Jogos     Crédito: Gaspar Nóbrega/COB

GINÁSTICA ARTÍSTICA

Arthur Nory – O atleta do Pinheiros optou em disputar apenas a prova da barra fixa, onde tinha maiores chances de medalha. Por uma infelicidade em uma passagem de barra, um dos maiores ginastas de nossa história, Arthur Nory deu adeus ao sonho da segunda medalha olímpica. Frustrado, chorou, lamentou e, aos 30 anos, ainda faz planos para recuperar dores e lesões e, quem sabe, sonhar em disputar a quarta Olimpíada e buscar uma terceira medalha.

Arthur Nory disputou a prova da barra fixa em Paris    
Crédito: Wander Roberto/COB

NATAÇÃO

Ana Carolina Vieira – 4x100m livre não nadou 4×100 medley

Kayky Mota – Nos 100 metros borboleta: fez seu melhor tempo do ano, 52.11 (24.24 nos 50 metros), terminou em oitavo na sua bateria e não alcançou tempo suficiente para avançar à semifinal, ficando em 220 lugar na classificação final.

Marcelo Chierighini – 100m e revezamento 4×100 livre. Nos 100 metros livre, fez o tempo de 49.38, oitavo lugar em sua bateria, e ficou em 350 na classificação final. Não conseguiu avançar para as semifinais.
Revezamento 4×100 livre masculino
Por pouco! Marcelo Chierighini 48.21 (22.56 – 50m); Gabriel Santos 48.86 (23.15) e Breno Correia 48.58 (23.20) ajudaram o Brasil a terminar com o tempo de 3:14.22, na 10ª colocação no geral. Avançaram à final os oito melhores tempos.

Revezamento 4×100 livre feminino
Ana Carolina Vieira 54.81 (26.41- 50m) e Giovana Medeiros 55.73 (26.61) – colaboraram para o tempo final do Brasil de 3:40.60, que ficou na 12ª colocação geral. Classificaram à final os oito melhores tempos.

COMISSÃO TÉCNICA DE PESO

Além dos 33 atletas, sem contar com a ausência de última hora do nosso saltador Isaac Souza, lesionado dois dias antes do embarque, o Esporte Clube Pinheiros contou com nove profissionais de comissões técnicas, entre técnicos, fisioterapeutas e analista de desempenho. Eis a lista.

Alexander Ferrer – Técnico de Saltos Ornamentais
Marcelo Ortiz – Técnico do Triatlo
Felipe Siqueira – Técnico de Alison dos Santos
Sanderlei Parrela – Técnico de Matheus Lima
Letícia Pessoa – Técnica do Vôlei de Praia
Cristiano Albino – Técnico da Ginástica Artística
Ana Ciara Bezerra Romancini – Fisioterapeuta
João Boccato – Analista de desempenho
Tiago ‘Testa‘ Cosenza – Fisioterapeuta

Jogos paralímpicos de Paris 2024