Nas salas de dança do Clube, as associadas fazem giros e piruetas, andam na ponta dos pés com sapatilhas e dançam coreografias que fazem o ambiente parecer as pinturas de Degas. Entre as bailarinas pinheirenses que fazem aula no espaço, três se destacaram e foram convidadas a fazer parte do programa de exames da academia de dança de Londres, a Royal Academy of Dance, criado em 2017 para o público mais experiente.
O concurso britânico tem como objetivo preservar o patrimônio do balé clássico e recebe cerca de 200 mil candidatos durante o ano para ingressar nos cursos oferecidos. Dessa vez, a honra da aprovação estava no Balé ECP, com as pinheirenses Alice Giaffone, Giulia Lourenço e Patricia Grisi. As bailarinas começaram as aulas preparatórias em março de 2019 e tiveram sete meses para ensaiar antes do exame.
A preparação foi realizada com a professora Gláucia Coelho, que leciona no Clube há 25 anos e também é supervisora e professora registrada na Royal Academy of Dance. As associadas fizeram o exame de nível 2 e foram aprovadas com êxito. Conheça um pouco das associadas responsáveis por levar o Balé do ECP para a Inglaterra.
Alice Giaffone
A bailarina pratica a dança dos tules há 19 anos e, para ela, já foi uma honra participar das eliminatórias para ingressar na academia londrina. Os ensaios foram intensos e, conforme a data da prova se aproximava, os treinos também se tornaram mais frequentes. “Quando soubemos da aprovação, ficamos em uma alegria que não cabia em nós. Esse desafio parecia muito difícil, mas a professora Gláucia tinha tanta certeza de que poderíamos ter uma nota boa que não deixava nosso ânimo cair durante os ensaios. Foi uma grande realização pessoal para nós”, lembra.
Giulia Lourenço
O caminho da pinheirense até a Royal Academy foi cheio de contratempos, já que a associada torceu o tornozelo e precisou imobilizá-lo e fazer sessões de fisioterapia. A bailarina conta que não tinha uma boa mobilidade no pé que machucou e que a fisioterapia a ajudou a desenvolver mais flexibilidade e força. Mesmo alcançando um ótimo resultado no exame da academia londrina, Giulia ainda almeja novos desafios: “Bailarinos são sempre muito exigentes e, pensando nisso, gostaria de completar essa unidade de exames do Royal com notas mais altas”, afirma.
Patricia Grisi
A associada tinha desde criança o sonho de entrar em uma academia como a Royal. O desejo se realizou anos depois – a pinheirense voltou a praticar a dança das sapatilhas há uma década e começou a se preparar para o exame. “No dia eu estava muito nervosa, me lembrei de quando era criança, dos outros testes de dança que tinha feito, mas dessa vez seria com outro peso, porque quando mais nova a gente imagina aquela obrigação de passar, quando mais velha é algo mais tranquilo”, comenta.
Melhorias
A sala dedicada ao Balé pinheirense ficou ainda mais adequada
para as aulas e ensaios de coreografia, devido à substituição do piso.
Fotos da sala: João Raposo