O Jardim de Infância Tia Lucy completa 80 anos abrindo os caminhos da aprendizagem e do conhecimento para gerações de pinheirenses
Martina, três anos, entra na sala e simplesmente estende o braço. “Quer uma estrelinha?” A pergunta é meramente retórica. Dez entre nove crianças que procuram Regina Delduque só querem saber de uma coisa. Ela, então, ajeita a mãozinha da menina sobre os contornos de outra mão, moldada em uma pequena placa de argila sobre sua mesa. E com uma caneta desenha a desejada estrela sobre as costas da mão de Martina. A menina confere o resultado, abre um sorriso, agradece e sai em disparada na direção do pátio da escola.
A cena — o entra e sai de crianças em busca de estrelinhas na sala sempre aberta da diretora — se repete todos os dias no Jardim de Infância Tia Lucy. É uma tradição que acompanha boa parte dos 80 anos que a escola comemora em junho. Criação da fundadora, Lucy de Araujo Lima Delduque, mãe de Regina, o gesto que se tornou marca registrada sintetiza a filosofia pedagógica da instituição: um lugar sem barreiras, acolhedor, que permite aos pequenos aprender experimentando, abrindo caminho para que brilhem. “Aqui respeitamos o tempo da criança, garantimos esse espaço do brincar muito fortemente, em contraponto ao mundo acelerado em que vivemos”, explica Regina.
A diretora Regina Delduque dando uma estrelinha à uma aluna
FOTO: GABRIELLA GARBIM/ECP
Há 20 anos à frente da escola, ela dá continuidade ao legado construído pela mãe, desde quando Lucy aceitou o convite para transferir a inovadora escola que havia inaugurado em Rio Claro, no interior de São Paulo, para dentro do Clube Pinheiros, na capital paulista. Já naquela época, em 1945, Lucy apostava numa educação para fora da sala de aula, baseada na liberdade, na autonomia e na experimentação das crianças. A fórmula, um coquetel de influências de pensadores como Piaget, Freinet e Vygotsky, entre outros, temperado por sua sensibilidade afetiva de educadora, encontrou no ECP um terreno fértil: afinal, suas crianças passaram a ter o espaço do Clube como um gigantesco terreno de aprendizagens.
Até hoje é assim. Pode-se cruzar com a alegria da garotada do Tia Lucy pelas alamedas do ECP, investigando a vegetação e os bichos do Mini Zoo, visitando a cozinha de um dos restaurantes para conferir como a comida é preparada, experimentando a Pista de Atletismo ou, simplesmente, desfrutando dos brinquedos do Parquinho Infantil.
Alunos e professoras, uma relação pautada pelo afeto
FOTO: MARCELO PRAIS/ECP
A “escolinha”, como costuma ser chamada pelos associados, começou a funcionar ocupando uma pequena instalação ao lado das piscinas. Dois anos depois, foi transferida para a histórica Casa de Barcos, e de lá seguiu para galpões próximos do lago, até ganhar o prédio atual, em 1969, com as amplas salas de referência voltadas para o pátio interno, ponto de convergência dos cerca de 250 alunos atuais. O Jardim de Infância Tia Lucy recebe crianças de 2 a 6 anos, divididas entre as cinco etapas em que se organiza a educação infantil.
Festa Junina no JDI na década de 1940
FOTO: CENTRO PRÓ-MEMÓRIA
Regina reconhece que a localização privilegiada faz toda a diferença e confere à escola características peculiares. “Conseguimos seguir com o nosso projeto pedagógico muito em função do espaço que ocupamos”, diz. Os ganhos não se resumem somente ao aprendizado. A relação que se estabelece entre alunos e famílias extrapola a sala de aula, pois muitos acabam se encontrando também nas atividades que realizam no Clube. O resultado é o fortalecimento de vínculos e o surgimento de amizades que começam na escola e seguem pela vida. “Tenho amigas que estudaram comigo e que hoje são mães dos colegas de classe do meu filho, que fiz questão de matricular no Tia Lucy”, diz a ex-aluna Viviane Lockley Franco, mãe de Martin, de 1 ano e 7 meses.
Viviane está longe de ser um exemplo isolado. Muitos ex-alunos levam seus filhos para o Tia Lucy na intenção de que desfrutem dos momentos especiais que experimentaram e que ficaram gravados em suas memórias. “Outro dia cheguei na escola pra pegar meu filho, Luiz, e vi que ele estava se divertindo com o mesmo brinquedo que eu usava nos meus tempos de Tia Lucy: uma rampa para bolinhas de gude”, recorda o publicitário Luiz Carlos Afif. “Ele também já plantou uma muda de pinheiro no Dia do Pinheiro, assim como plantei quando tinha a idade dele.”
A escola não abre mão da sua essência, mas atualiza seu projeto pedagógico permanentemente para dar conta dos desafios contemporâneos. “Investimos na formação continuada da nossa equipe de professores e auxiliares, com especial atenção às questões relacionadas ao desenvolvimento das habilidades socioemocionais das crianças”, explica Regina. Essa preocupação se materializa, por exemplo, em um programa de meditação para os pequenos. A prática funciona como um breque à avalanche de estímulos da vida cotidiana, uma oportunidade para que entrem em contato com seus sentimentos. O Jardim de Infância Tia Lucy é, sobretudo, o lugar em que as crianças podem ser o que são: crianças (que levam estrelas nas mãos).
Viviane e Martin
FOTO ARQUIVO PESSOAL
“Tenho guardados até hoje todos os trabalhos que fiz como aluna do Tia Lucy. Tenho memórias incríveis da escola. Ali fiz amizades que levei pra vida. Moro no bairro da Pompeia, que tem ótimas escolas. Mas, na hora de escolher a escola do Martin, não tive dúvida: optei pelo Tia Lucy. Tenho identificação com a sua metodologia mais livre e com o lugar incrível em que está instalada.”
Viviane Lockley Franco, mãe de Martin, do Infantil 1
Luiz Carlos, a mulher Deborah e Luiz
FOTO ARQUIVO PESSOAL
“Ter uma escola dentro do ECP, cujos alunos podem usar as dependências do Clube, é dar a melhor infância para uma criança. Ela pode crescer livre, em segurança, socializar. A minha mãe me levava à escola na Tia Lucy e agora leva o meu filho.”
Luiz Carlos Afif, pai de Luiz Carlos, aluno do Infantil 4
Renata e Benjamin
FOTO ARQUIVO PESSOAL
“Lembro muito da tia Lucy, de entrar na sala dela que estava sempre aberta para ganhar uma estrelinha. A escola era uma grande comunidade, a gente conhecia todo mundo. E até hoje é assim. Meu filho tem amigos da escola mais velhos e mais novos do que ele, porque todos acabam se encontrando e se relacionando no pátio. E no Clube você também nunca está sozinho. A gente sempre esbarra com algum pai, mãe ou colega da Tia Lucy.”
Renata Puccinelli, mãe de Benjamin, do Infantil 4
Fernanda e Felipe
FOTO ARQUIVO PESSOAL
“Só tenho boas lembranças: ganhar estrelinhas, sair pelo Clube com os colegas de classe, todo mundo segurando a mesma corda para não se perder, ganhar uma muda de pinheiro, plantar no jardim, ver a árvore crescer e ficar mais alta do que a casa. É uma escola maravilhosa, em que as professoras são acolhedoras, conhecem cada uma das crianças, conhecem os pais. É por isso que meu filho mais velho, o Felipe, estuda na Tia Lucy. E, no ano que vem, vou matricular o mais novo, Rafael.”
Fernanda Srougi, mãe de Felipe, do Infantil 4
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