O esporte traz diversos ensinamentos que podem ser utilizados em várias áreas da vida. Para os pinheirenses Cristiana Pinciroli e Pedro Pinciroli Júnior, os aprendizados no Polo Aquático foram tantos que foi possível reuni-los no livro Esporte, um palco para a vida, lançado no Clube. Por meio da prática da modalidade, pai e filha fortaleceram suas potencialidades e habilidades, além de ampliar seu conhecimento sobre o ser humano.
Com uma experiência vasta no esporte, não faltaram histórias para incluir no livro, escrito a quatro mãos. Cristiana foi capitã da seleção brasileira de Polo Aquático durante 13 anos, jogadora profissional na Itália e eleita entre as sete melhores jogadoras do mundo. Já Pedro foi esportista de destaque na modalidade, participou de duas olimpíadas – Tóquio 1964 e México 1968 – e foi executivo de um dos maiores grupos de comunicação da América Latina.
Esporte, um palco para a vida, além de contar com histórias do legado da família dos autores para o Polo Aquático, traz também relatos de outros atletas e técnicos de destaque mundial, acadêmicos, médicos e psicólogos de renome, entrelaçando histórias inspiradoras com uma sustentação científica que projeta o potencial humano a uma vida de realizações e felicidade. Raí (ex-jogador de futebol), Robert Scheidt, Martine Grael e Kahena Kunze (velejadores olímpicos), entre outros, participam do livro.
BATE-PAPO
Como surgiu a ideia de escrever o livro?
Cristiana Pinciroli: Na minha vida familiar, do cotidiano, e na corporativa, encontrei uma repetição de acontecimentos que já havia vivenciado inúmeras vezes como atleta. No livro, encontrei a forma de levar os ensinamentos do esporte, do WeTeam (empresa que fundei, focada no desenvolvimento do potencial de cada um), juntamente com os do meu pai, para um novo público leitor e usá-los para um desempenho esportivo e de vida, de excelência e bem-estar. Meu pai é atleta olímpico: jogou em Tóquio-1964 e México-1968. Eu cresci ouvindo histórias sobre o esporte da alta performance, sobre a emoção de estar na cerimônia de abertura das Olimpíadas, entre os melhores do mundo, e sobre como o esporte o ajudou a superar os desafios da vida. O esporte sempre foi uma forma de união e divertimento em família. Sempre um elo de conexão entre nós, amigos e associados.
Como foi o processo de escrita a quatro mãos?
Cristiana Pinciroli: O início do projeto de nosso livro coincidiu com a pandemia do coronavírus. Eu moro nos Estados Unidos e meus pais no Brasil. Nos reuníamos três vezes por semana, via Zoom, para alinhar nossas histórias, definir as pesquisas científicas que embasariam o conceito do capítulo e definir qual atleta, técnico ou profissional entrevistaríamos para compor a ideia a ser transmitida aos nossos leitores. Eu e meu pai somos muito disciplinados e focados naquilo que fazemos. Herdamos isso do esporte. Dividíamos as tarefas e saíamos para efetivar o plano. Sempre quando eu finalizava um tema e meu pai, o dele, trocávamos de papel para um analisar a ideia do outro e evoluir na escrita. Da primeira à última página, foi um processo de muito significados.
De que maneira esse livro contribui para divulgar os benefícios do esporte na vida das pessoas?
Cristiana Pinciroli: O livro traz o que há de mais atual com relação às pesquisas científicas, alta performance e fortalecimento de nossa saúde mental, tema muito debatido também nos Jogos Olímpicos de Tóquio, depois que atletas de destaque evidenciaram ainda mais a relevância de trabalharmos o aspecto psicológico. Nosso objetivo é trazer os aprendizados do esporte como laboratório para a vida.
Qual o principal desafio de escrever um livro sobre esportes?
Cristiana Pinciroli: Nosso principal desafio foi trazer uma estrutura que leve à ação e a escolhas mais conscientes. E combinar vivências de superação e de dor com o aspecto científico, por meio de pesquisas e estudos que inspirem e tragam maior consciência em nosso processo de decisão. E também foi finalizar o livro, pois a vontade é sempre aprimorar e continuar. Fui convencida a encerrar o conteúdo quando cogitamos a possibilidade do segundo livro.
Como foi o lançamento do livro?
Cristiana Pinciroli: Foi uma satisfação enorme por estar realizando um sonho com meu pai. Encontramos pessoas de diferentes áreas de nossas vidas, que saíram do período de isolamento e vieram nos prestigiar. Revivemos muitas memórias e emoções. Escrever o nosso livro foi, da primeira à última página, uma jornada de muito significado. Deu muito mais trabalho do que eu imaginava e, ao meu tempo, me trouxe muito mais satisfação. Meu pai me complementa na comunicação das ideias e em como passar a melhor mensagem ao leitor.
Qual é a relação de vocês com o Clube?
Cristiana Pinciroli: O ECP representa o local onde cresci. Minha mãe é associada desde que nasceu e desenvolveu o amor pelo esporte ao brincar com a raquete de Tênis nas quadras enquanto meus avós jogavam. Na minha adolescência, meu pai me acordava cedinho sussurrando “vamos, Cris, esse é o horário em que os melhores estão indo treinar”, e éramos os primeiros a entrar na piscina externa do Clube, às 6h da manhã. Conhecíamos todos, os salva-vidas, os porteiros, os funcionários do vestiário e da lanchonete. O ECP foi a extensão de minha casa. O local onde cresci, conheci amigos para a vida, aprendi e evoluí na minha jornada de vida. Esse é o local em que minhas filhas exercitam a liberdade e a coragem para agir e constroem suas novas conexões.
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