Experiência olímpica

Por trás de uma conquista olímpica há muita história, dedicação e conhecimento. Imagine os bastidores e ensinamentos de quatro pódios olímpicos? Foi apostando nessa experiência que o ECP contratou os ex-judocas Tiago Camilo, como supervisor técnico, e Leandro Guilheiro, como consultor técnico, da equipe principal da modalidade.

Se dentro do tatame os dois medalhistas olímpicos foram inspiração para várias gerações pinheirenses, agora, no comando dos treinos, às vésperas de uma Olimpíada, Tiago e Leandro terão a missão de treinar quem está na disputa por uma vaga nos Jogos.

“Fiquei muito feliz com a oportunidade de vir para o Clube como treinador. Foram nove anos como atleta do ECP, então nada melhor do que retribuir e colaborar com quem me apoiou e foi meu parceiro durante a minha caminhada olímpica”, comemora Camilo, que desde 2017 se dedicar ao desenvolvimento do seu próprio método de treino. 

Leandro, que até o começo de 2020 treinava para concluir mais um ciclo olímpico, decidiu, com a chegada da pandemia, encerrar sua trajetória dentro do tatame. “Na minha época de atleta, sempre falei para o meu sensei que queria contribuir de alguma forma depois que parasse. Mas tinha outros projetos paralelos que talvez me demandassem tempo, e eu não conseguiria me dedicar 100% como treinador, por isso recebi o convite para ser consultor técnico e acabei aceitando, achei o desafio superbacana”, comenta Guilheiro.

Responsabilidade e aprendizado

Com dez judocas bem ranqueados e com chances de participar dos Jogos de Tóquio – alguns muito próximos da vaga, como é o caso de Larissa Pimenta (52kg), de Eric Takabatake (60kg) e dos pesados Rafael Silva (+100kg), Maria Suelen e Beatriz Souza (+78kg) –, a responsabilidade da dupla ao assumir os treinos do ECP é grande.

“O Clube é a base da seleção brasileira, que passa por um momento difícil em termos de resultados. Vamos deixar os treinos da melhor forma possível, para que os nossos judocas fiquem competitivos e prontos para buscar suas medalhas”, analisa Camilo. “Vejo, neste momento, que o Judô brasileiro precisa de renovação no comando. O mundo mudou e nós continuamos fazendo as mesmas coisas, precisamos evoluir, oxigenar.”

Leandro Guilheiro também reforça que há necessidade de renovação fora dos tatames. “Fala-se muito de renovação de atletas, mas discute-se pouco da renovação de comissão técnica, de coordenações, de trazer novos pensamentos, novas dinâmicas. Acho que chegamos ao momento em que existe uma necessidade de renovação global: de ideias, de políticas, de como lidar com os atletas, que já são, inclusive, de uma geração diferente da minha.”

E, mesmo com pouco tempo de trabalho, os pinheirenses já pensam a longo prazo, após a Olimpíada, no método de trabalho e na filosofia que idealizam para o Judô do ECP. “Os atletas estão muito carentes, principalmente de referências. Em um mês e meio já vivi várias situações, e nós vamos aprendendo junto também. E uma das coisas que vamos tentar implementar como cultura é a ideia do ‘grupo acima de tudo’”, releva o novo consultor técnico.

Já o novo técnico Camilo acredita no legado dessa dupla: “Acho importante arrumar o que já está próximo de acontecer, que são o Jogos Olímpicos, e estruturar um novo programa no Clube. É uma coisa que eu e o Leandro temos conversado bastante, de estruturar um programa de treinamento e de transição da molecada para o Sub-18 e 21, até chegar ao Sênior. Acho que essa é a nossa jornada, essa construção do alto rendimento eu acredito que seja um legado”.

_{FOTOS: DIVULGAÇÃO/ECP}