Fortalecimento da cultura de compliance no ECP

Clube reafirma a importância da Governança Corporativa e do Programa de Compliance, e área mira avanços para 2024

A governança corporativa e o compliance têm ganhado cada vez mais destaque nas organizações, e no Pinheiros não é diferente. A área de Governança e Compliance vem sendo estruturada desde 2021 e tem evoluído constantemente.  

Durante os meses de março e abril, os diretores executivos, adjuntos, assessores e gestores do Clube passaram pelo Treinamento de Governança e Compliance. Cada grupo participou de uma sessão ministrada pela assessora especial de governança e compliance Ana Carolina Gazoni.

O treinamento faz parte das ações da área que envolvem o plano para o ano de 2024. Os objetivos foram aprofundar o entendimento sobre os princípios fundamentais que regem uma gestão de riscos eficaz e transparente, além da compreensão do funcionamento do Programa de Compliance do ECP. O treinamento também explicou como a adoção de boas práticas contribui para o sucesso na detecção, prevenção, mitigação e correção dos riscos.

Carlinhos Brazolin prestigiou o evento

A ideia, explica Carolina, é evitar danos à gestão ou à reputação do Pinheiros e predefinir formas de responder rápida e adequadamente quando houver incidentes.

Para entender: governança corporativa é um sistema pelo qual as instituições são dirigidas, monitoradas e incentivadas para que no final gerem retorno a todas as partes interessadas. E, para funcionar de forma satisfatória, deve adotar mecanismos de estratégia, controle e liderança. Existem as melhores práticas, e a complexidade delas é diretamente proporcional à complexidade da estrutura de cada instituição.

A governança não substitui a gestão técnica, mas agrega conduta ética na tomada de decisão, introduzindo de forma organizada a integridade que deve pautar as instituições na busca dos seus objetivos. Ela vem para somar e aperfeiçoar a gestão institucional.

Já o compliance se define como o cumprimento de regras, normas e regulamentos externos (como leis, decretos e portarias) e internos (ordenamentos jurídicos, normativos e políticas). Um programa de compliance é um sistema complexo e organizado, composto de diversos componentes que interagem com outros processos de negócios da instituição.

Depende de uma estrutura multidisciplinar que inclui pessoas, processos, sistemas eletrônicos, documentos, ações e ideias. A esses componentes dá-se o nome de “pilares”, que são: suporte da alta administração, avaliação de riscos, código de ética e políticas de compliance, controles internos, treinamento e comunicação, canal de denúncias, investigações internas, gestão de terceiros e monitoramento e auditoria.

“O compliance é inerente à governança corporativa; se há boa governança, há bom compliance”, diz Carolina. No Pinheiros, o programa é formado por um conjunto de estruturas, normas e instrumentos de gerenciamento e controle. O objetivo é prevenir, detectar e remediar desvios de conduta e atos lesivos praticados contra o ECP, como lavagem de dinheiro e conflito de interesses, entre outros temas.

“Nos últimos anos, passamos a ter um Plano Anual de Auditoria Interna, Gestão de Riscos, um Código de Ética e Conduta e um Termo de Compromisso da Gestão Executiva, Normas de Conduta para colaboradores, políticas, e a Linha Ética. Além disso, os colaboradores da área foram e são treinados anualmente. E estamos evoluindo rumo a outras inovações.”

Carolina se refere também à necessidade de outros avanços, como a inclusão de uma nova estrutura de governança no Conselho Deliberativo e Estatuto Social do Clube, bem como a formalização de um Código de Conduta aplicável a todos: conselheiros, sócios, diretores e atletas, cada qual com sua responsabilidade pela ética e integridade do Clube.

No ano passado, também foi realizada, em parceria com a área de Recursos Humanos, uma pioneira palestra sobre assédio sexual e moral para colaboradores, incluindo gestores.

“Em 2024, o pilar que está sendo trabalhado é o de Treinamento e Comunicação, além da gestão de riscos, Linha Ética e Auditoria Interna que seguem regularmente. Ao longo do ano, os colaboradores terão treinamentos sobre os temas abarcados pelo Compliance, como: Ética, Integridade, Assédio e LGPD”, explica Paula Massini, gestora de Governança, Compliance e Auditoria Interna.

Carolina afirma que as conquistas recentes já destacam o Pinheiros: “Alguns clubes pensam nisso, mas ainda são poucos com iniciativas”. Paula complementa: “Essa cultura está mais avançada entre os clubes de futebol profissional, e temos buscado dialogar com eles”. De olho no futuro, Carolina e Paula exaltam o “trabalho de base” e o potencial de benefícios, inclusive financeiros, da adoção de boas práticas. “Hoje, todos os setores do Clube entendem que a área de Governança e o Compliance não é policialesca, mas sim consultiva e focada na gestão de riscos do Clube como um todo.”

O vice-presidente Ney Roberto Caminha David

FOTOS: GABRIELLA GARBIM