Há 35 anos promovendo qualidade de vida

Há 35 anos promovendo qualidade de vida

28/01/2025 28/01/25

Criado em 1990, o Programa Esporte e Saúde une avaliação médica, orientação nutricional e atividade física

Ao se aposentar, aos 60 anos, José Carlos Karabolad, começou a traçar planos com a mulher, Silvana. A ideia era usar ao máximo o tempo livre para viajar, fazer programas, curtir, enfim, a vida. “E para aproveitar tudo isso de verdade era fundamental estar bem, em forma”, recorda. Ele, então, decidiu que se associaria a um clube, em sua opinião a melhor maneira de praticar uma atividade física com regularidade. Pesquisando as opções, um fator pesou em sua decisão pelo ECP: o Programa Esporte e Saúde (PES). 

“Nenhum outro lugar dispunha de uma atividade tão bem-estruturada, que oferece condicionamento físico, respaldo clínico e orientação nutricional”, afirma. Há quatro anos, José Carlos incorporou o PES à sua rotina. Frequenta as aulas pelo menos duas vezes por semana. Os resultados, diz ele, aparecem. “O meu colesterol andou subindo um pouco, mas logo voltou ao normal por causa da atividade.”

O PES nasceu em 1990 por iniciativa do médico João Roberto Carneiro Novaes, que, na época, chefiava o Departamento Médico do ECP. Preocupado com a ocorrência de problemas coronarianos entre os associados, ele, em parceria com seu colega, o médico João Jorge Leite, idealizou um programa multidisciplinar congregando avaliação cardiológica com um especialista, apoio de nutricionistas e um programa de exercícios físicos sob a supervisão de profissionais do setor.

“No início, o PES tinha essa pegada de prevenção de fatores de risco coronarianos, mas evoluiu ao longo desses 35 anos. Hoje, nosso foco também está voltado para a melhora da funcionalidade do público que atendemos, ou seja, a sua capacidade de realizar bem as tarefas do dia a dia”, explica Zuleica Rizzo, da equipe de educação física.

A transformação tem a ver com a principal característica de quem procura o PES. Apesar de aberto a pessoas a partir dos 30 anos, a maior parte dos alunos tem 60 anos ou mais. Outra particularidade é o baixo índice de rotatividade. Muitos dos cerca de 260 inscritos frequentam o programa há mais uma década. Quem entra dificilmente sai. Não por acaso, em uma pesquisa feita entre os associados para conhecer seu grau de satisfação em relação à atividade esportiva que frequentavam, o PES apareceu em primeiro lugar.

O PES é feito de alunos longevos e de profissionais idem. Zuleica, por exemplo, dá aulas desde 1996, ou seja, há 29 anos. Mais antiga que ela somente a doutora Kathia Helena Takiuti, cardiologista que entrou para o PES seis meses depois de sua criação. Todos que se matriculam no PES passam por uma consulta com Kathia para saber se estão aptos a frequentar as aulas ou se precisam ser encaminhados para algum tratamento específico. Ela não alivia. “Costumo mandar de um a dois associados por ano da avaliação diretamente para uma angioplastia”, revela.

O escrutínio da doutora inclui exames de sangue para medir taxas como glicose, colesterol, entre outros parâmetros, a medição da pressão arterial e um exame ergométrico. A partir desses resultados, Kathia define a intensidade do esforço a que o aluno pode ser submetido — informação que vai orientar o trabalho dos professores de educação física, assim como os exames ajudam a definir a orientação nutricional. Ela também faz questão de explicar didaticamente aos alunos o uso que o corpo faz dos exercícios e os seus benefícios. “Afinal, o conhecimento é a base de tudo”, justifica. Uma reavaliação é feita a cada seis meses.

As aulas do PES são divididas em duas partes. Uma delas, em ambiente interno, acontece em uma sala do primeiro andar do Centro Esportivo. Ali são realizados os exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio, resistência e condicionamento aeróbico. O professor Ivan Paixão, há cinco anos no PES, utiliza sua simpatia para animar os alunos. A professora Sandra Nascimento, com três anos de PES, vai de humor. “Ai, professora, acho que não consigo fazer vinte!”, reclama a aluna. “Então, faz trinta!”, devolve Sandra. A outra parte da aula, a céu aberto, acontece na Pista de Atletismo, onde os alunos podem caminhar ou correr. Mas quem quiser pode permanecer na sala, e o exercício é feito nas bicicletas ergométricas.

O final da aula é sempre muito esperado. Não apenas porque o esforço termina, mas porque sempre rola uma confraternização. Terminado o exercício, os alunos se reúnem para tomar uma água ou um café na lanchonete. É nessas horas, nas interações antes, durante e depois das aulas, nas confraternizações que são organizadas em datas como aniversários, que o PES cumpre uma outra função importantíssima: a socialização, um fator essencial para a boa qualidade de vida.

FOTOS: GABRIELLA GARBIM/ECP

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