Histórias, conquistas e heróisHistórias, conquistas e heróis

Histórias, conquistas e heróis

Relembre a Equipe de Ouro do Polo Aquático do ECP

25/02/2022 25/02/22

Em 1963, no Pan-Americano, a conquista do ouro do Polo Aquático brasileiro, por uma seleção predominantemente pinheirense, foi um dos momentos mais gloriosos da história esportiva do ECP.

Um dos integrantes dessa equipe era Paulo Kesselring Carotini, conhecido como Polé, que faleceu no dia 10 de fevereiro deste ano. Para homenagear esse pinheirense que contribuiu para a história da modalidade, que hoje conta com 41 atletas beneméritos – o maior número entre todas as modalidades –, confira a história da maior conquista do Polo Aquático do Clube.

O Polo Aquático pinheirense teve início em 1949 com atletas da Natação, e o Clube começou participando de torneios com equipes improvisadas, pois a modalidade ainda não era oficial no ECP.

Os resultados dessas primeiras experiências animaram jogadores e dirigentes, e a estreia em competições oficiais aconteceu em dezembro de 1952. A primeira equipe competitiva foi liderada pelo capitão Rolf Kestener e o técnico Luiz Mendes Pereira. A década de 1950 transcorreu com diversas vitórias em campeonatos paulistas, sempre em disputas acirradas contra o Floresta (atual Esperia) e o Tietê.

Os fundadores se tornaram dirigentes e, assim, os mesmos veteranos Rolf Kestener, José Reynaldo de Lima, Flávio Ratto e Hugo Carotini acabaram concebendo, na década de 1960, a famosa Seleção de Ouro.

Em 1963, essa equipe conquistou o maior título alcançado até então pelo Polo Aquático masculino nacional: o primeiro lugar nos Jogos Pan-Americanos realizados em São Paulo, na piscina da Sociedade Esportiva Palmeiras.

A equipe, conhecida como “Equipe de ouro do Polo Aquático”, era formada por: Luiz Daniel (que veio para o ECP logo após os Jogos Pan-­‑Americanos), Ivo Carotini (ECP), Paulo Carotini (ECP), Luís Eduardo Pinheiro Lima (ECP), João Gonçalves Filho (ECP), Luíz Carlos de Aguiar Valim (ECP), Flavio Ribeiro Ratto (ECP), Marvio Kelly dos Santos (Fluminense), Ademar Grijó (Fluminense) e Aladar Szabo (Fluminense). Técnico: Claudino Caiado de Castro (ECP).

Sul-Americano de Polo Aquático, em 1963

Beneméritos do Polo Aquático

(modalidade que tem maior número de atletas beneméritos: 41)

André Luiz Pessanha Cordeiro
Daniel Polidoro Mameri
Danilo Tenenbojm Corrêa
Eduardo Ribeiro dos Santos
Emílio Augusto Padilha Vieira
Eric Tebbe Borges
Erik Michael Seegerer
Fabio Amante Chidiquimo
Felipe Santos da Costa e Silva
Fernanda Palma Lissoni
Flávia Alvarenga Fernandes
Flavio Ribeiro Ratto
Gabriela Mantellato Peão
Gilberto Gargiulo
Gilberto Marques Freitas Guimarães Junior
Gilson Gargiulo
Giuliano Pacheco Bertolucci
Guilherme de Andrade Pinciroli
Ives Gonzalez Alonso
Ivo Kesselring Carotini
Izabella Maizza Chiappini
João Gonçalves Filho
Léo Lombardi
Lucas Pereira Vita
Luis Eduardo Pinheiro Lima
Luís Maurício Capelache dos Santos
Luiz Carlos Del Picchia Aguiar Vallim
Luiza Ávila Borges Carvalho
Marcos Macedo Maynard de Araujo
Mariana Barreto Fleury
Mariana Delboni Secches
Mariangela Nascimento Correa
Marina Aranha Zablith
Mario Sergio Becker Lotufo
Mauro Sergio Pinto da Costa
Paulo Kesselring Carotini
Raquel Kibune Maizza Chiappini
Raul Mamede Kestener
Reinaldo Pinheiro Lima
Ricardo Ribeiro dos Santos
Rodrigo Yacubian Fernandes


Confira alguns depoimentos feitos em 15/4/2000 sobre essa geração histórica:

Luís Eduardo
Pinheiro Lima

O Polo do Pinheiros já tinha uma tradição. Existia um time muito forte com Flávio Ratto, Rolf Kestener, Henry Sanson, João Gonçalves. Esse time foi mesclado com o nosso grupo, que era um grupo muito unido da Natação, morávamos perto do Clube. Começamos a jogar Polo com a orientação do técnico Claudino. Em 1961, 1962, o Pinheiros tinha duas equipes disputando o Campeonato Paulista da primeira divisão. Éramos muito unidos, frequentávamos o Clube diariamente.


João
Gonçalves

Éramos uma família, morando perto do Clube. Então foi formado um time mesclado: a geração mais velha – Flávio, Rolf, João e Henry – e a geração nova. Formou-se um time especial, que deu certo. Tivemos a liderança do técnico Claudino. Os talentos apareceram, foram treinando e Claudino mesclou os mais experientes com os mais jovens, formando a equipe maravilhosa do Polo brasileiro.


Paulo Carotini (Polé)

Um ponto positivo: tradição do Pinheiros no Polo. Houve um desafio, no bom sentido: o time dos mais velhos já era ótimo e nós, os mais jovens, queríamos suplantá-los, então nos empenhamos para aprender e conseguimos a década da Seleção de Ouro. Alguns jovens vieram fazer parte do nosso time de garotada, como o João, que se tornou o grande líder do time dentro da água. Era esse carinho, esse amor, essa injeção de ânimo que recebíamos dentro e fora da água. Éramos muito integrados e convivíamos fora do Clube.


Ivo Carotini

Nada seria possível se não tivéssemos a tendência para o esporte, a aptidão. João veio da Natação, Ivo e Caio vieram do Futebol e dificilmente iriam para a Natação, Liminha veio do Basquete, Polé dos Saltos e da Ginástica Olímpica. Surgiu uma gama enorme de moleques, com aptidão nata, se infiltrando. O fator principal: aptidão de cada um para o esporte, que ajudou a aflorar no Polo. Aconteceu o despertar, a catalisação, o agrupamento das pessoas com a mesma aptidão, além da liderança.


Luíz Carlos de
Aguiar Valim
(Caio)

Jogávamos tudo. Havia entre nós a amizade, a camaradagem. Até que um foi para o Polo e logo levou os outros. Cada um separado talvez não tivesse o sucesso que tivemos juntos. Eu me considero um privilegiado de ter tido a oportunidade de participar e assistir o crescimento daquele que foi um grande time de Polo. Além do time de Polo em si, a amizade que nos uniu e nos une até hoje foi um momento muito válido que o espírito de esporte pode trazer.


FOTOS: CENTRO PRÓ-MEMÓRIA

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