O ECP e São Paulo, uma antiga história

26/12/2024 26/12/24

Como o Clube vem se relacionando com a cidade ao longo do tempo 


A relação do Clube com a cidade tem uma história que já ultrapassa os 125 anos, pois começou a ser escrita com a vinda de Hans Nobiling para o Brasil e seu empenho na fundação do S. C. Germania, em 1899, e no desenvolvimento do Futebol em São Paulo.

O ECP esteve presente na fundação da Liga Paulista de Futebol, em 1901, e posteriormente participou também da fundação de federações de outras modalidades esportivas, demonstrando desde cedo sua vocação para a formação multidesportiva.

De meados do século XIX até as primeiras décadas do século XX, a cidade de São Paulo viveu um processo de intensas mudanças. Com o sucesso da cultura cafeeira, a cidade transforma-se em centro econômico e sua população, constituída por imigrantes europeus, negros recém-libertos e os próprios paulistas, procurava adaptar-se à nova realidade. 

O Futebol chegou ao Brasil no final do século XIX, trazido por imigrantes europeus, especialmente ingleses, italianos, portugueses e alemães, que tiveram um papel fundamental na sua introdução e popularização, principalmente em São Paulo. Nesse contexto, Hans Nobiling se destacou como um dos pioneiros do esporte que, com o tempo, se tornaria a grande paixão nacional.

A criação da Liga Paulista de Futebol e a organização do primeiro campeonato rapidamente tiraram o Futebol do anonimato para se tornar um dos eventos sociais mais concorridos da cidade, atingindo todas as camadas sociais e estimulando também o chamado “futebol de várzea”  Assistir a um “match de football” se tornou um dos programas favoritos da juventude paulista.

O Clube foi pioneiro também na urbanização da cidade. Durante seus primeiros vinte e um anos de vida, quando ainda não possuía uma sede própria, realizou suas atividades esportivas e sociais em espaços alugados em endereços diversos do centro de São Paulo, campos do Bom Retiro e também no Parque Antártica.

A compra do terreno na Chácara Itaim, em 1920, foi uma decisão ousada que recebeu muitas críticas. O local era isolado e alagadiço e o rio Pinheiros fazia uma grande curva dentro da área do Clube até ser canalizado e retificado, em uma grande obra que durou entre 1927 e 1957. Na época era difícil imaginar o desenvolvimento e a valorização imobiliária que seriam vistos na região nos dias atuais.

No Réveillon de 1957/58 o Pinheiros inaugura seu Salão de Festas com uma imponente marquise que, no entanto, dura poucos anos, sendo demolida em 1969 para ceder espaço para a abertura da avenida Brigadeiro Faria Lima.

E nessa relação de transformação e desenvolvimento mútuos, essa história continua e se amplia para afinal contribuir com a história do próprio País, quando olhamos para este oásis verde em meio ao concreto ou quando olhamos para tantos campeões olímpicos que daqui partem para os pódios. 


Texto de autoria da equipe do Centro Pró-Memória: Bruna Dourado, Cristina Mattos, Giselli Moreira e Ane Teles

FOTO: DIVULGAÇÃO

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