Em 1º de maio é celebrado o Dia da Literatura Brasileira, data criada para homenagear escritores e livros, incentivando a leitura e divulgando a produção literária nacional. Selecionamos dez histórias inesquecíveis que mostram aspectos da sociedade, cultura e política do País em diversas épocas e contribuíram para o desenvolvimento da nossa literatura, conquistando leitores de diversas gerações.
01. A hora da estrela
Esse romance, publicado em 1977, conta a história de Macabéa, uma datilógrafa alagoana órfã e pobre que migra para o Rio de Janeiro. O livro mostra, assim, uma realidade comum na época: a dos nordestinos que iam tentar a vida em outro estado e encontravam muitos desafios. A trajetória da protagonista é narrada por um escritor fictício, chamado Rodrigo S. M., que relata sua vida simples e sem grandes emoções até a hora de sua morte.
Clarice Lispector (1920-1977)
Um dos maiores nomes da literatura brasileira, Clarice Lispector inovou com sua escrita poética e intimista, que apresenta toques autobiográficos e densidade psicológica.
02. Antes do baile verde
Os contos escritos por Lygia Fagundes Telles de 1949 a 1969 estão reunidos nesse livro, que é considerado pelos críticos o mais bem-sucedido da autora. Os temas das histórias são variados, desde conflitos amorosos, como em “O jardim selvagem”, até narrativas sombrias, como em “Venha ver o pôr do sol”. A prosa elegante e segura da escritora prende a atenção dos leitores com narrativas surpreendentes.
Lygia Fagundes Telles (1918-2022)
Considerada a dama da literatura brasileira, Lygia Fagundes Telles recebeu vários prêmios ao longo de sua carreira, como o Camões e o Jabuti.
03. Capitães da areia
Publicado em 1937, esse livro conta a história de meninos pobres e infratores que moram em um trapiche abandonado no areal do cais de Salvador, vivendo à margem da sociedade. O romance de formação faz com que os leitores fiquem íntimos dos personagens, do líder Pedro-Bala ao religioso Pirulito. Com uma prosa envolvente, o autor nos mostra essa realidade social repleta de desigualdades.
Jorge Amado (1912-2001)
O escritor é um dos mais importantes representantes da ficção regionalista, mostrando, em seus livros, uma análise da realidade rural e urbana da Bahia.
04. Dom Casmurro
Em Dom Casmurro, Machado de Assis escreve sobre Bento Santiago, conhecido como Bentinho, e sua história de amor com Capitu, uma das personagens mais enigmáticas da literatura brasileira. Perturbado pelo ciúme, o protagonista desconfia que sua esposa o traiu. Aos leitores, resta a dúvida: o adultério ocorreu de fato ou a desconfiança é fruto da imaginação de Bentinho?
Machado de Assis (1839-1908)
Precursor do realismo brasileiro e fundador e presidente da Academia Brasileira de Letras, o autor publicou mais de 200 contos, 10 romances e outras publicações de diversos gêneros.
05. Grande Sertão: Veredas
Esse livro revolucionou a literatura brasileira ao atribuir ao sertão mineiro uma dimensão universal, apresentando um profundo mergulho na alma humana, retratando amor, sofrimento, violência e alegria. A história gira em torno do jagunço Riobaldo, também conhecido como Tatarana ou Urutu-Branco, narrador-protagonista do livro.
João Guimarães Rosa (1908-1967)
Nascido em Cordisburgo, Minas Gerais, em 1908, o escritor é considerado o maior da literatura brasileira. Criou uma linguagem inovadora, ao mesmo tempo erudita e regionalista.
06. Iracema
Esse romance indianista conta a história de amor entre a índia Iracema e o europeu Martim, em uma metáfora do encontro entre a civilização e a cultura autóctone. A prosa poética do autor e a valorização da paisagem brasileira fizeram com que o livro se tornasse um clássico e encantasse diversas gerações de leitores. Publicado em 1865, o texto é essencial para conhecer mais sobre a cultura nacional.
José de Alencar (1829-1877)
Fundador do romance de temática nacional, o escritor foi um dos maiores representantes da corrente literária indianista e o principal romancista brasileiro da fase romântica.
07. Macunaíma
Mario de Andrade busca desvendar, nesse livro, “a verdadeira identidade nacional”, criando um protagonista cheio de malandragem, que nasceu na selva e chega à cidade com heranças indígenas. A obra se tornou um dos grandes marcos do movimento modernista brasileiro. Publicado em 1938, Macunaíma inova na linguagem e traz o tema da realidade brasileira para a literatura.
Mário de Andrade (1893-1945)
Poeta, contista, romancista, cronista e crítico de arte, o escritor, que iniciou sua carreira em 1917, é considerado um dos fundadores do modernismo brasileiro.
08. O quinze
Romance de estreia da aclamada escritora cearense Rachel de Queiroz, o livro aborda o drama da seca histórica de 1915, que assolou o Nordeste brasileiro. O “duelo” entre o homem e a terra é apresentado no enredo, em uma narrativa envolvente escrita por uma mulher de apenas vinte anos de idade. Os leitores se entretêm com as histórias de Conceição e Vicente e a saga do vaqueiro Chico Bento e sua família.
Rachel de Queiroz (1910-2003)
Nascida no Ceará em 1910, a escritora publicou romances, crônicas, peças teatrais e livros infantis e, em 1977, se tornou a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras.
09. Quarto de despejo:
Diário de uma favelada
Nesse livro, Carolina Maria de Jesus abre aos leitores seu diário de catadora de papel, em que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. Com uma linguagem simples, mas contundente, a escritora comove pelo realismo e olhar sensível sobre o período em que morou na comunidade de Canindé, em São Paulo, com três filhos. Publicada em 1960, essa narrativa autobiográfica é um retrato da sociedade brasileira da época.
Carolina Maria de Jesus (1944-1977)
A autora nasceu em Sacramento, Minas Gerais, e é uma das primeiras escritoras negras publicadas no Brasil.
10. Vidas secas
Vidas secas conta a trajetória de uma família de retirantes sertanejos que se desloca de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. O cenário é a paisagem árida da caatinga do Nordeste, por onde passam o pai, Fabiano, sua esposa, a Sinhá Vitória, e seus dois filhos sem nome chamados de “filho mais velho” e “filho mais novo”. A cachorrinha da família, Baleia, os acompanha nessa caminhada.
Graciliano Ramos (1892-1953)
Esse romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX nasceu no Rio de Janeiro, em 1892, e é considerado um dos maiores escritores do País.
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