SONHOS SE TORNARAM REALIDADE EM PARIS
O Esporte Clube Pinheiros é realmente a “Disney do Esporte”. A frase foi dita por mim e foi reconhecida por torcedores, dirigentes, atletas de todas as modalidades e jornalistas durante a Olimpíada de Paris. No ano olímpico e celebrando seus 125 anos de fundação, o Clube foi abençoado pelos “Deuses do Olimpo”, que foram tão generosos em proporcionar tantas medalhas, fazendo nosso azul tão reconhecido quanto os “le bleus” da França.
Levamos 33 atletas para Paris (seriam 34, mas infelizmente nosso saltador Isaac Souza se lesionou às vésperas do embarque) embalados pelo lema de que “Dreams come true” (“sonhos se tornam realidade”). E o time Pinheiros brilhou. Não houve decepção quando não foi alcançado o objetivo maior. Não houve soberba. Fomos olímpicos, na mais cristalina acepção da palavra. Com esse espírito, veio o resultado histórico: um recorde de medalhas de nossos atletas. Foram cinco medalhistas e oito medalhas.
No Judô: Beatriz Souza (ouro individual e bronze por equipe), Willian Lima (prata individual e bronze por equipe), Larissa Pimenta (dois bronzes: individual e por equipe), Rafael Silva (bronze por equipe) e Alison dos Santos (bronze). Um resultado que, mais uma vez, confirma a nossa vocação, o nosso lema: o clube mais olímpico do Brasil. Dificilmente qualquer outro clube iria conseguir ter esse feito histórico.
Um momento de profunda emoção para mim foi o dia em que Willian e Larissa lutaram quase simultaneamente. Estive acompanhando a final do Willian, ao lado da esposa dele, Maju, e o pequeno Dom, filho do casal. O ouro não veio por detalhes da modalidade. Willian merecia ser ouro por tudo que esse rapaz tem de dedicação e resiliência. Quis o destino que fosse prata.
No mesmo dia, mais tarde, veio a primeira medalha de uma atleta mulher do Esporte Clube Pinheiros. Nossa Larissa, nossa Pimentinha, grande amiga, grande filha e uma atleta enorme que se recuperou de uma lesão séria e se superou para conquistar um resultado histórico. Ela é um exemplo de ser humano, uma mulher fantástica que sempre está disposta a ajudar. Que momento, que orgulho para o nosso Azul e Preto.
Faltava o ouro da Bia Souza. Um dia depois, nossa querida judoca foi coroada pelos Deuses do Olimpo com o ouro, depois de conseguir superar a oponente francesa na semifinal diante de milhares de pessoas torcendo contra. Bia é uma mulher espetacular, com um sorriso inigualável. Venceu porque acreditou nos sonhos.
E por fim, veio a cereja que faltava no bolo com a medalha histórica para uma equipe do Judô brasileiro, com quatro atletas do Pinheiros, e a consagração do nosso Baby, mais Larissa, Willian e Bia. A conquista aconteceu especialmente para coroar esse gigante humano Baby. Meses antes, a esposa do Baby, Bruna, sonhou que ele voltaria com uma medalha de Paris. Sonhos se tornam realidade.
No Atletismo, nosso maior número de atletas – dezesseis – não poderia terminar melhor. O nosso querido Piu, campeão mundial, vencedor de cinco vezes de seis etapas do Diamond League, nos deu nossa oitava medalha de um atleta pinheirense. E de bronze, repetindo o feito da Olimpíada de Tóquio. É, gente, o Piu tem duas medalhas olímpicas e é nosso.
Poderia contar a história de cada atleta pinheirense em Paris, mas fico aqui com a campanha maravilhosa das meninas do Vôlei de Praia: quatro jogos, uma única derrota. A magia da Djenyfer Arnold e de Miguel Hidalgo, no Triatlo, e a guerreira Érica Sena, aos 39 anos, brilhando. E nossa saltadora Ingrid de Oliveira por algum momento estava em sexto, classificada, mas mostrou todo seu valor.
Estive em Paris acompanhando nossos atletas. Visitei a Nathalie, da Esgrima, no hospital, após a cirurgia. Fiz questão de conversar com atletas naqueles momentos de frustrações. Isso é Pinheiros. Grandes exemplos para serem seguidos pela nossa base. Para as novas gerações: os sonhos estão todos perto de vocês.
Em Paris, o “les blues” francês por um momento virou o nosso azul pinheirense, justamente quando estamos comemorando 125 anos de fundação.
Obrigado aos ex-presidentes que montaram toda essa estrutura fantástica que faz do Pinheiros o maior clube olímpico do mundo. Parabéns, atletas. Parabéns aos técnicos. Nossas medalhas ficarão na história.