Conforme escrevera antes, neste mesmo espaço, no próximo dia 07 de maio, como acontece, invariavelmente, a cada biênio, nos anos pares, o Poder Maior de nossa Entidade – A Assembleia Geral dos Associados – reúne-se para a eleição parcial do Conselho Deliberativo.
Momento vital de nossa Instituição, não apenas porque se constitui na reafirmação dos princípios democráticos que têm no voto livre e unitário a expressão maior de seu intangível valor como, também, por se constituir em festa cívica, na qual a voz maior, que é o associado, é a que sempre terá vez, fazendo-se ouvir, nesta mais que secular e grandiosa Entidade, destinatário final dos objetivos sociais do Esporte Clube Pinheiros.
Nada haverá de condicionar a fundamental manifestação solene de vontade do colégio eleitoral que não sejam os superiores interesses desta nossa pujante Entidade, que é grande, sim, e perene, por isso que se situa, com absoluta certeza, acima dos homens que a compõem, estes de presença transitória, medida pela inexorabilidade do tempo que se esvai.
O Conselho Deliberativo, nascido em uma tarde de sábado de abril de 1942, precisamente, no dia 18, portanto há oitenta anos, sempre se conduziu com independência e soberania, porquanto assim está vocacionado, e estes valores superiores hão de ser preservados e respeitados, com a união de todos, por mais diversas que sejam suas ideologias, em busca da pacificação e da reconciliação, tão necessárias à busca dos relevantes objetivos do Esporte Clube Pinheiros, patrimônio socio esportivo cultural da Nação.
Aos eleitos, cujos nomes serão conhecidos no próprio dia da eleição, já no início da noite, peço licença para lhes dizer, invocando Mahatma Gandhi (O despertar dos humilhados, página 218, Jacques Attali), que “nós nascemos para servir nossos semelhantes e só podemos fazê-lo, convenientemente, se estivermos plenamente despertos”. Às eleitoras e aos eleitores, se me permitirem, conceito que, aliás, ouso afirmar deve ser observado em todos os pleitos eletivos, que o voto não é e nunca poderá ser ato de benevolência, mas, sim, e essencialmente, de consciência.
O mês de maio nos traz o encanto da homenagem sempre devida às mães, expressão maior do sentimento do amor que o pronunciar de seu nome a todos inspira. A elas a poesia imortal, o canto do Poeta, que sublima a alma, refletida nas palavras PARA SEMPRE de Carlos Drummond de Andrade (Poesia completa, editora Nova Aguilar, página 491):
Por que Deus permite que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
É tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo de
tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre
junto de seu filho e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho.