Palavra do Presidente do Conselho Deliberativo

Primeira reunião virtual

30/04/2021 30/04/21

Santo Agostinho dizia que “a esperança nos deu duas filhas lindas: a indignação e a coragem. A indignação nos ensina a não aceitar as coisas como são; a coragem, a mudá-las”.

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O dia 19 de abril de 2021 será lembrado como aquele no qual o Conselho Deliberativo do Esporte Clube Pinheiros realizou a primeira reunião virtual que teve como objeto a deliberação das demonstrações financeiras do exercício de 2020.

De igual modo e, ainda, no indicado mês, precisamente, em seu dia 26, o Conselho Deliberativo de nossa modelar Instituição realizou a primeira eleição observada a modalidade virtual, na qual assegurada a votação não presencial, para Presidente e Vice-Presidente da Diretoria do Esporte Clube Pinheiros e, bem assim, para a escolha dos integrantes do Conselho Fiscal.

Foi a indiscutível vitória da ciência e da verdade sobre a letalidade de um vírus cruel que, há mais de ano, trouxe à humanidade, como um todo, o período pandêmico mais dramático por ela vivido nos últimos cem anos.

Diante da Mesa do Conselho Deliberativo impôs-se a obrigação de cumprir e fazer observar as normas integrativas do Ordenamento Jurídico Institucional de nossa paradigmática Associação que, de forma imperativa, prevê, no período temporal mencionado, a efetivação de ambas as reuniões ordinárias, sendo que, doutro lado, a legislação comum de nosso País, consideradas as circunstâncias trágicas decorrentes da disseminação da Covid-19, autoriza seu real cumprimento, observada a modalidade virtual, como meio único, imprescindível e incondicional à preservação da vida e da saúde de todas e todos os participantes dos atos assembleares referidos: Conselheiras, Conselheiros, Associadas e Associados e Colaboradoras e Colaboradores de nossa grandiosa Entidade, em esforço conjunto, sem o qual, com absoluta certeza, não seria possível concretizá-los.

E, agora, ao ensejo da presente mensagem, é-nos permitido dizer que a missão foi cumprida, a merecer menção que, na reunião ordinária destinada à concretização do certame eleitoral, exerceram o direito subjetivo de voto todas e todos os integrantes do Conselho Deliberativo, ou seja, os 216 Conselheiras e Conselheiros que o compõem, no exercício das elevadas atribuições de Orgão de representação de nosso augusto Corpo Associativo, que é e há de ser sempre o destinatário final das ações daquelas e daqueles a quem se conferiu a honra do mandato.

O esforço para a consecução do desiderato alcançado foi enorme, pois que se inovava um sistema que há anos presidiu as ações do Conselho Deliberativo, mas sem jamais deixar de nutrir a firme esperança de que a necessária mudança viria, pois acima de um vírus letal há ação do homem a superar quaisquer obstáculos.

Em verdade, com fé e determinação vence-se e se vence sempre, pois a vontade de fazer é que move o mundo.

Impõe-se aos que dirigem demonstrar serenidade e segurança, aliada à virtude essencial da coragem para dizer, com firmeza, sim ao que pretende fazer em prol do bem comum e não àquilo que se apresenta inconveniente no momento presente.

Como enfatiza o Professor de Direito Constitucional da Universidade de Harvard e ex-Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, em sua imprescindível obra bibliográfica, de leitura importante – Uma Terra Prometida,  página 82, in fine: “(…) Mas a gente não escolhe a hora. A hora escolhe a gente…”

O momento presente exigia a adoção dos meios utilizados e assim foi feito.

Deu-se o primeiro passo de uma caminhada que se afigura irreversível, e digo-vos com orgulho, na madrugada fria em que escrevo estas linhas, envolto ainda na emoção que se sucedeu ao ato eleitoral consumado com segurança, eficiência e integridade, que lutamos todas e todos aqui declinados um belíssimo combate, sem nunca perder fé nos valores sublimes que plasmam, há quase 122 anos, os princípios do Esporte Clube Pinheiros, altar da glória sócio-esportivo e cultural da Nação Brasileira.

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Maio, mês dedicado àquela que é fonte perene de nossas vidas, a mãe – três letras com as quais se escreve amor. E, no canto que encanta, somente a sublimação da poesia de Carlos Drummond de Andrade para reverenciar a santidade de que se revestem as mães:

“Por que Deus permite que as mães vão embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não se apaga
Quando sopra o vento
E chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
Com o que é breve e passa
Sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça é eternidade.
Por que Deus se lembra – mistério profundo –
De tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
Baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
Mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho.”