A saga da família Piacentini no Tênis: Uma história que transcende gerações
A trajetória da família Piacentini com o Tênis é um relato que se estende por mais de um século, em que cada golpe de raquete ecoa memórias, conquistas e uma paixão que se perpetua de geração em geração. O ponto de partida dessa história remonta a 1918, com uma antiga fotografia que captura Flávio Piacentini, pai de Mauro, aos quatro anos de idade, segurando uma raquete. Proveniente de uma família italiana, Flávio se estabeleceu no Brasil durante um período de profundas transformações sociais e culturais.
Assim que a família se firmou no Brasil e melhorou suas condições financeiras, decidiu construir uma casa na avenida Paes de Barros, no coração da Mooca, que na época era um bairro repleto de imigrantes italianos. A nova residência não só ofereceu conforto, mas também um espaço que se tornaria um símbolo de amor e tradição: uma quadra de Tênis. “Cresci jogando com meu pai e meu irmão gêmeo, e essa quadra foi o nosso segundo lar”, recorda Mauro com brilho nos olhos.
Desde pequeno, Mauro demonstrou um amor inato pelo esporte. Ele pegou sua primeira raquete aos cinco anos e não parou mais até entrar na faculdade, aos dezoito. A quadra de casa se tornou um palco de diversão e aprendizado, onde ele e seu irmão passavam horas jogando, praticando e sonhando com um futuro na modalidade.

Flavio Piacentini jogando na quadra do Clube na década de 1970
O legado familiar e o nascimento de uma nova geração
O amor pelo Tênis se manteve vivo na família, e a tradição foi passada adiante para os filhos de Mauro: Augusto, de 14 anos, Adriano, de 13, e Antônia, que também se apaixonou pelo esporte. “Brinco que eles poderiam escolher qualquer esporte, desde que fosse Tênis”, diz Mauro, com um sorriso de satisfação. Para ele, o mais importante não é apenas a prática do esporte, mas as lições e valores que vêm com ele.
O ambiente do ECP, onde a família joga, não é apenas um espaço de competição, é um lugar onde amizades são formadas e laços se estreitam. Mauro destaca a importância de fazer parte de um clube que tem no seu DNA a competição e a participação em eventos esportivos, incluindo as Olimpíadas. “Isso traz um sentimento de pertencimento e orgulho”, acrescenta.
Durante a pandemia, quando muitos aspectos da vida foram interrompidos, Mauro teve a oportunidade de assumir a Diretoria do Tênis Infantojuvenil do Clube. “Contribuir para o crescimento do esporte no Clube é algo que não tem preço”, enfatiza. Ele considera um privilégio poder impactar positivamente a vida de jovens atletas e ajudá-los a se desenvolver.

Sérgio Piacentini, Sandra Piacentini, Mary Piacentini e Mauro Piacentini jogando em casa
Momentos memoráveis e conquistas pessoais
A paixão por ensinar e transmitir o amor pelo esporte é uma prioridade para Mauro. Ele relembra momentos marcantes de sua trajetória competitiva, incluindo participações em torneios importantes, quando chegou à primeira classe do Tênis, a “faixa preta” do esporte. “Tive a chance de participar dos torneios mais relevantes do País, jogando até campeonatos brasileiros”, conta Mauro, com um misto de nostalgia e orgulho.
A alegria de ver seus filhos competindo e se divertindo nas quadras é uma das maiores satisfações de Mauro. Ele compartilha uma lembrança especial: durante a pandemia, apesar das restrições, as quadras do seu condomínio permaneceram abertas, permitindo que ele passasse mais tempo com os filhos, praticando o esporte das raquetes. “Foi um momento muito difícil para todos, mas também uma oportunidade única de estarmos juntos jogando”, relembra.

Mauro Piacentini, vice-campeão de torneio do Circuito FPT categoria 55M, em 2024
O papel da esposa e a nova geração
Carolina, esposa de Mauro, embora não tenha formação no Tênis, decidiu se aventurar no esporte e rapidamente se tornou parte dessa história. “Ela sempre foi a única que não tinha medalhas, mas recentemente ganhou seu primeiro torneio. Foi uma felicidade enorme para todos nós”, conta Mauro, visivelmente emocionado.
Para Mauro, o Tênis é mais do que um esporte, é uma forma de vida. Ele acredita que as lições aprendidas em quadra, como disciplina, resiliência e trabalho em equipe, são essenciais para a formação dos jovens. “O Tênis é um esporte que promove longevidade, e isso é uma grande verdade. A prática pode trazer benefícios que vão muito além do jogo”, completa.

Carolina Piacentini, campeã de uma etapa do Circuito de Damas da FPT, em 2024
Reflexões finais e o legado futuro
O que Mauro mais deseja é que seus filhos continuem jogando e que, assim como ele, mantenham a paixão pelo esporte. “O Tênis é uma forma de vida e um legado que pretendo passar adiante”, conclui, esperançoso.
Assim, a história da família Piacentini se desdobra em um emaranhado de raquetes, bolinhas e muitas memórias, unindo gerações em torno de uma paixão que nasceu em 1918 e que, sem dúvida, ainda renderá muitas histórias a serem contadas nos próximos anos. A saga dos Piacentini é um testemunho de que o amor pelo esporte transcende o tempo, mantendo-se firme e vibrante a cada novo desafio nas quadras.
FOTOS: ARQUIVO PESSOAL