Tóquio ficará marcada na história do Skate por apresentar a primeira disputa olímpica da modalidade e por incentivar ainda mais os jovens a se dedicarem à prática.
No Clube, essa influência já acontecia bem antes. Inspirada pelos irmãos mais velhos, que já praticavam, Fernanda Tonissi iniciou os treinos na pista do Clube aos cinco anos. “Sempre foi algo natural para mim ver meus irmãos andando, queria praticar desde nova. E algo também muito importante é que tenho o total apoio da minha família”, conta a pinheirense.
Em 2019, aos treze anos, a associada conquistou o título no Campeonato Brasileiro de Banks na categoria Iniciante (Skate Park) e agora sonha em seguir a carreira e se profissionalizar. No ECP a atleta também pratica Saltos Ornamentais, e o que pode parecer totalmente oposto para ela é um diferencial. “Além do físico e de expandir meus movimentos, me ajuda principalmente a ser centrada e focada nas competições, e isso faz toda a diferença”, explica Fernanda.
Cristiano Rosa, há oito anos instrutor da modalidade no Clube, vê com bons olhos o destaque da jovem: “Ela se tornou uma grande inspiração, principalmente para as meninas começarem a praticar o esporte”. O instrutor, que jamais imaginou que esse hobby se tornasse profissão, enxerga na nova geração a possibilidade de mostrar que o esporte não é só um passatempo.
Novidades no Clube
O ECP iniciou uma reforma nas duas pistas do Clube, que têm Bowl (uma piscina para manobras) e uma área de Street (com obstáculos, como corrimões e rampas). A principal mudança, além da ampliação da área, será a substituição do piso antigo, e agora investimos na mais alta tecnologia. Também melhoramos a borda e a profundidade. O street terá novos obstáculos e um ‘mini ramp’. A ideia é que a pista sirva de inspiração para os novos nomes da modalidade e quem sabe um dia estaremos nas olimpíadas também”, comenta Ana Giorgi, diretora do Skate. O investimento do Clube será de 700 mil reais, e o término das obras está previsto para março de 2021.
Um pouco da história
O Skate surgiu na Califórnia no início dos anos 1960 como uma adaptação do surfe, sendo chamado de “surfe no asfalto”. A notoriedade veio nos anos 1970, e hoje é o sétimo esporte mais praticado no Brasil. Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional anunciou que a modalidade passaria a configurar o quadro como uma modalidade olímpica, com estreia na Olimpíada de Tóquio. O País tem uma forte expressão no Skate internacional, tendo consagrado nomes como Bob Burnquist e Sandro Dias, o “Mineirinho”. Na década de 1990, a modalidade foi amplamente divulgada por bandas como Charlie Brown Jr. e Ratos de Porão como uma representação da cultura de rua.
FOTOS: MICKE VELOSO